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Desenvolver atividades rurais tradicionais é o objetivo do projeto de desenvolvimento territorial sustentável liderado pela Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina). Atividades como boi de mamão, terno de reis e até galpões para contação de histórias de pescador estão sendo resgatadas e incluídas no roteiro cultural e turístico de Santa Catarina. Com o mapeamento feito pelos pesquisadores e a publicação de uma carta de identidade cultural da região do litoral Centro-Norte do Estado muitos pequenos agricultores vão ter retorno financeiro imediato.
— Queremos que o desenvolvimento econômico regional garanta as características sociais e culturais de uma determinada região e que essa cultura possa ser transformada em um produto, em um serviço ofertado ao cliente da área turística. É feito um mapeamento da região junto às lideranças locais e de governo e, a partir daí, elaboramos um mapa de identidade daquele território para que sejam feitas associações e as atividades tradicionais também sejam desenvolvidas — explica Ditmar Alfonso Zimath, diretor de extensão rural da Epagri.
O projeto é inspirado em modelos de sucesso europeus e conta com a parceria do Ministério da Pesca e Aquicultura, com o Centro Latino Americano para o Desenvolvimento (Rimisp), a UFSC e diversas outras instituições públicas e privadas regionais. As áreas abrangidas pelo projeto são o Litoral Norte, Sul e nas Encostas da Serra de Santa Catarina. A ação resultou no Encontro Intercontinental de Desenvolvimento Territorial Sustentável (DTS), que aconteceu de 21 a 24 de novembro, no Marambaia Cassino Hotel e Convenções, em Balneário Camboriú (SC).
— O nosso grande desafio é a garantia de acesso e de permanência no mercado por parte dos produtos da agricultura familiar e da pesca. Todo marco legal para venda de produtos agropecuários tem por trás ações que preveem uma agroindústria consolidada nos moldes tradicionais, legislação tributária, fiscal, sanitária, previdenciária e trabalhista que choca de frente com a condição de permanência do pequeno agricultor — critica Zimath.
O diretor de extensão rural diz que um dos objetivos do projeto é a flexibilização da legislação para que sejam simplificadas algumas burocracias e para que os pequenos produtores consigam ter acesso ao mercado, sem que sejam necessárias as atuais padronizações industriais. Segundo ele,
com uma legislação mais moderna que inclua os pequenos produtores fica mais fácil manter tradições locais.
— O desenvolvimento territorial pressupõe organizar, dar escala e buscar condições para que os agricultores cumpram os requisitos básicos da legislação. Mas além disso queremos também discutir necessidades de alteração na legislação para que alguns produtos possam ser comercializados sem ter que buscar uma padronização tal qual o produto do mercado — explica o diretor.
Para mais informações sobre o projeto, os interessados devem entrar em contato com a Epagri através do telefone (48) 3653-1153.
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