No Brasil a aquicultura é uma atividade crescente e promissora que, quando bem executada, gera bons lucros ao produtor. Além disso, nosso país apresenta um grande potencial aquícola, o que pode ser comprovado pelas inúmeras pesquisas com espécies nativas e exóticas, principalmente peixes, que auxiliam no desenvolvimento de produtos de boa qualidade em um curto período de tempo. Contudo, muitos produtores ainda pecam por não terem acesso ao conhecimento básico necessário para o adequado desenvolvimento das atividades.
O primeiro ponto a ser observado é a quantidade de água disponível, pois é a partir dessa informação que limitamos as dimensões dos viveiros de cultivo. O ideal seria a implantação da piscigranja (no caso de produção de peixes) em locais com disponibilidade de água de boa qualidade e que o abastecimento fosse feito por meio da gravidade evitando, desta forma, custos com energia para bombeamento. Outro ponto importante a ser destacado é o tipo de solo predominante nos viveiros, pois quanto mais impermeáveis, menores serão as perdas de água por infiltração e menor erosão ocorrerá na parte interna dos taludes (paredes). Assim é aconselhável que o futuro piscicultor consulte sempre técnicos competentes, e tire todas suas dúvidas antes de por em prática a implantação de seu projeto de criação de peixes.
Toda a construção da fazenda de produção de peixes deve estar voltada para a espécie que irá ser cultivada. Portanto o produtor precisa determinar a espécie de acordo com as características do local de cultivo, como pH, temperatura e salinidade da água. Dentre os fatores para a escolha de determinada espécie, deve-se ter em mente a facilidade e disponibilidade de alevinos próximos ao empreendimento, além do peixe ser rústico, de fácil manejo, apresentando um bom desempenho de crescimento e ter mercado. Assim, previamente devem ser feito estudos de campo para saber se existe demanda comercial na região e, até mesmo, para exportação (outros locais ou regiões) do que será produzido.
Outro ponto importante para o sucesso da aquicultura está voltado à escolha dos insumos empregados na rotina diária, que devem ser de boa procedência, com o objetivo de produzir um produto final de ótima qualidade. Isto significa aquisição de sementes (larvas, pós-larvas ou alevinos) de boa origem, ou seja, de laboratórios/larviculturas bem conceituadas, além dos produtos de rotina como equipamentos de fácil manutenção e de rações de boa qualidade.
Um planejamento deve ser previamente executado para o adequado sucesso do empreendimento e, quando possível, visitas a outras fazendas próximas também devem ser realizadas para a obtenção de informações quanto aos problemas encontrados na região e até mesmo adquirir informações de produtores mais experientes. Outra providência também necessária é o registro do projeto junto aos órgãos ambientais responsáveis, mantendo o cultivo dentro da legalidade. Assim, o sucesso na produção além de estar baseado nestas informações, deve também estar focado nos resultados do cultivo. Neste aspecto o futuro produtor deve ficar muito atento, desconfiando sempre de resultados mirabolantes obtidos pela concorrência e também evitar modismos na implementação e atualização de novas técnicas de cultivo. Em suma: sempre que possível, procurar trabalhar integrado com órgãos de pesquisa, ensino e extensão.
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