A produção brasileira de grãos aumentou 774% nos últimos 50 anos. São dados do Ministério da Agricultura, que também revelam substanciais ganhos de produtividade no campo - de 783 Kg por hectare para 3.173 Kg por hectare no mesmo período.
Evolução que se repetiu também na pecuária, cujo rebanho passou de 50 milhões de cabeças de gado para 204 milhões. O crescimento da produção de carne foi expressivo, 251%, e a produtividade cresceu 155%, graças aos avanços tecnológicos e à profissionalização no campo.
As expectativas, segundo o ministério, são positivas para os próximos anos, estimando-se aumento de 26,8% na produção da pecuária e de 23% na produção agrícola até 2020.
No entanto, o avanço do setor não pode prescindir da consciência em relação aos desafios ambientais e sociais que se colocam em meio aos impactos do setor. O aumento da produtividade não deve se dar às custas da degradação ambiental.
Desmatamento, degradação do solo, perda da biodiversidade, poluição atmosférica e de águas, mudanças climáticas, desertificação e geração de resíduo são alguns dos impactos negativos que a prática agropecuária causa no meio ambiente e que contribuem – direta ou indiretamente – para a degradação da saúde, aumento da insegurança alimentar, aumento da vulnerabilidade, diminuição da riqueza material, agravamento das relações sociais e menor liberdade de escolha e ação.
Nesse contexto inserem-se os serviços ecossistêmicos, dos quais a sobrevivência humana e seu bem estar dependem absolutamente.
Serviços ecossistêmicos referem-se aos benefícios obtidos pelas pessoas provindos do ecossistema como alimentos de caça e pesca, combustíveis, ar limpo, água fresca, controle de inundações e doenças, polinização de colheitas e oportunidade de experiências culturais, espirituais e recreativas. As estimativas econômicas valoram estes serviços em torno de U$1 trilhão anual.
Uma das soluções mais promissoras para valorizar aqueles que auxiliam na conservação do meio-ambiente é o Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), proposto como forma de transferir recursos para aqueles que ajudam a conservar ou produzir tais serviços. Fortalecendo assim a preservação e o restabelecimento de recursos naturais como o solo, os bens hídricos, a biodiversidade, a fauna e a flora, os recursos florestais, a atmosfera e as fontes de energia. O melhor exemplo deste mecanismo, são as negociações do mercado de créditos de carbono, que em 2010 movimentaram mais de US$144 bilhões.
No Brasil, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) da Câmara dos Deputados aprovou no fim de 2010 a criação da Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais. Pela proposta, serão remuneradas iniciativas de proteção ou renovação dos solos, manutenção da biodiversidade, controle das emissões de gases causadores do efeito estufa, manutenção do ciclo da água, entre outras.
Para o produtor rural, o PSA pode representar uma importante fonte de renda adicional. Nascentes protegidas, boas práticas implementadas e áreas preservadas podem traduzir em dinheiro no bolso. Os mercados para Reduções de Emissões via Desmatamento Evitado (sigla em inglês REDD), ou o seqüestro de carbono via plantios e/ou manejo do solo, são mecanismos que podem auxiliar o produtor a recuperar suas áreas de APP e Reserva Legal, além de financiar a implementação de tecnologias e metodologias de produção mais eficientes.
A Sangha é uma empresa que atua na área de estruturação e desenvolvimento denegócios com foco em estratégias para a sustentabilidade empresarial. Para saber mais visite www.sanghainvest.com
|