O cenário atual e futuro é incerto. O mercado de etanol pode acabar se nada for feito. De um lado o governo ignora os apelos inglórios dos representantes do setor. De outro, há uma paralisia de investimentos que pode ruir tudo que foi construído nos últimos anos.
Falta uma liderança do setor sucroalcooleiro/energético que pare de ser diplomático demais (literalmente puxando o saco dos políticos) e coloque as cartas na mesa do governo de maneira incisiva. Vamos perder empregos e o governo vai piorar sua imagem no mercado internacional por deixar de incentivar o mercado de energias renováveis.
Antes da última reunião da COP 16 (Conferência das Partes) que discute anualmente os efeitos climáticos no planeta, a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, assumiu compromisso de o Brasil reduzir de 36,1% a 38,9% suas emissões de gases causadores do efeito estufa estimadas para até 2020.
O Governo está aparelhado com gente especializada em negociação. Grande maioria é composta por ex-sindicalistas que habitam o Planalto e Ministérios há mais de 8 anos.
O Governo Lula, antes do advento do pré-sal, abraçou o setor sucroenergético como a solução para produção de energias limpas e renováveis que serviu (e ainda serve) de exemplo para o mundo antenado em substituição de uma matriz energética.
Para onde vamos?
A previsão dos melhores especialistas no setor sucroenergético é que o Brasil precise de pelo menos 15 novas usinas “greenfields” (projeto completo) por ano para dar conta da demanda interna e externa para o etanol, sem contar biodiesel e açúcares.
Outra previsão catastrófica é que a partir da safra 2008/09 até a atual 2011/12, o país foi reduzindo perigosamente as instalações das greenfields. Na safra 2008/09 foram instaladas 30 usinas greenfields, em 2009/10 caiu para 19 usinas e para cinco previstas neste ciclo.
A previsão mais sombria é que para as próximas três safras não há nenhuma proposta nova de usina. A fonte secou por falta de um marco regulatório urgente!!!
“Desde a introdução dos automóveis flex no mercado nacional em 2003, o setor sucroenergético apresentou trajetória ascendente, antes vista apenas no auge do programa Proálcool durante a década de 80. Até meados de 2008, o setor registrou crescimento médio de 10,4% ao ano”, escreveu em artigo recente Antonio de Pádua Rodrigues, diretor técnico na Única, entidade que representa o setor.
Segundo ele, mais de 100 novas unidades industriais entraram em operação nesse período, fazendo com que a produção de etanol aumentasse em mais de 12 bilhões de litros para suprir a demanda criada pelos veículos flex.
Em minha opinião, o agronegócio do açúcar e do álcool deve para de bajular e cobrar. Precisamos montar campana no Palácio do Planalto e só sair de lá uma proposta firme de incentivo para o crescimento sustentado para os próximos 50 anos.
Investidor inteligente não deve colocar nenhum centavo no agronegócio do açúcar e do álcool brasileiro enquanto o governo não se mexer. Se investir vai perder dinheiro. A taxa de retorno não está compensando aos atuais projetos. A menos que me provem ao contrário!!!
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