dia de campo

a
Esqueceu a senha?
Quero me cadastrar
     21/11/2024            
 
 
    
Hortaliças    
Sistema orgânico é mais barato que convencional
Produção de hortaliças sem produtos químicos gera alimentos mais vistosos e saudáveis a baixo custo
Comente esta notícia Envie a um amigo Aponte Erros Imprimir  
Kamila Pitombeira
28/01/2014

É muito comum ouvir dizer que o sistema orgânico de produção demanda mais recursos do produtor rural e que, por isso, é mais caro. Com o consumidor, isso não é diferente. No mercado, os alimentos orgânicos chegam a dobrar de preço, dependendo da cultura. No entanto, segundo José Ângelo Rebelo, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), a produção orgânica de hortaliças precisa ter condições ambientais adequadas para que a planta expresse toda a sua capacidade de produção e defesa contra os inimigos naturais. Nesse caso, a produção é ainda mais barata do que a convencional e conta com alimentos mais vistosos e saudáveis. O sistema orgânico de produção, com foco em abrigos de cultivo protegido, foi um dos temas do dia de campo organizado pela Epagri, no dia 24 de outubro, em Itajaí (SC).

— Nosso clima não é muito propício para a produção de hortaliças, pois quase todas são oriundas da região do mediterrâneo, onde praticamente não chove. Com isso, há a ocorrência de mais pragas e doenças. Portanto, em nossas condições climáticas, só é possível fazer uma produção orgânica sob um abrigo de cultivo, cuja principal função é de um guarda-chuva — afirma o pesquisador.

Ele conta que a tecnologia utilizada nesse sistema é praticamente a mesma de um sistema convencional no que diz respeito às variedades, espaçamento e nutrição. No entanto, tudo isso deve ser feito em um ambiente propício à planta, o que é proporcionado pelo abrigo de cultivo.

— Ao aplicar os conhecimentos agronômicos adequados, estaremos utilizando um sistema correto de produção, não sendo necessário o uso de produtos químicos. O problema é que nos desviamos desses princípios para atender a demandas comerciais de vendedores de produtos químicos, fazendo assim uma agricultura errônea — conta.

Rebelo diz que o sistema orgânico produz plantas de qualidade, sem risco de envenenamento para o consumidor. Além disso, o agricultor pode usufruir de conforto durante a produção, pois trabalha em um ambiente protegido de chuvas e de solos encharcados.

— Ele pode ainda negociar e ter garantia de que vai produzir, além de beneficiar o ambiente que não sofre com as agressões de produtos químicos exagerados — completa. 

Ele explica que as pessoas tendem a dizer que o sistema orgânico de produção é mais caro e que produz alimentos menos apresentáveis. Para ele, essa é uma tentativa de cobrar mais caro.

— Digo com toda a certeza que o custo de produção em um sistema orgânico é mais baixo do que em um sistema convencional, além de produzir alimentos mais vistosos que o sistema convencional. Esse sistema é perfeito e faz com que a planta expresse todo o seu potencial produtivo — garante.

O pesquisador acrescenta que o sistema orgânico precisa de conhecimento científico para produzir bem, é mais barato que o sistema convencional, oferece produtos de melhor qualidade e saúde para quem produz e consome.

Irrigação com água da chuva

A água é o insumo mais importante na produção de hortaliças. Por isso, para o entrevistado, ela deve ter a qualidade próxima à potabilidade. É importante, portanto, que o produtor tenha o cuidado de não veicular metais pesados de águas contaminadas ou ainda patógenos, como fungos e micróbios. Nesse caso, ele deve coletar a água da chuva para a irrigação da lavoura.

— Nossas fontes de água em torno das produções de hortaliças não possuem tal qualidade. Já quando o produtor tem certeza da qualidade da água, não há necessidade de fazer a coleta da água da chuva. Ao coletar água da chuva, o produtor deve ter o cuidado de estocar essa água para que ela atenda à sua plantação por, pelo menos, 30 dias de eventual seca, dependendo do ciclo da planta — orienta.

Rebelo acrescenta ainda que a irrigação por gotejamento é a forma mais econômica e mais inteligente de se aplicar água nas plantas. De acordo com ele, o sistema de irrigação por água da chuva é muito econômico, sobretudo quando aliado ao sistema de gotejamento, que não desperdiça água.

Para mais informações, basta entrar em contato com a Epagri através do número (48) 3239-5500.


 

Reportagem exclusiva originalmente publicada em 26/10/2011

Aviso Legal
Para fins comerciais e/ou profissionais, em sendo citados os devidos créditos de autoria do material e do Jornal Dia de Campo como fonte original, com remissão para o site do veículo: www.diadecampo.com.br, não há objeção à reprodução total ou parcial de nossos conteúdos em qualquer tipo de mídia. A não observância integral desses critérios, todavia, implica na violação de direitos autorais, conforme Lei Nº 9610, de 19 de fevereiro de 1998, incorrendo em danos morais aos autores.
Fabrício de Carvalho Honório
27/10/2011 - 10:43
Bom dia!
Sou um entusiasta da agricultura orgÔnica, desde 1983, quando fiz um curso na ßrea, quando ainda era estudante de agronomia na UFG.
O que vejo de duvidoso nesse tipo de notÝcia, e que poucos (ou ninguÚm) comentam, Ú sobre o impacto ambiental.
Ora, Ú fßcil constatar que o produto orgÔnico tem custo menor - ¾bvio! Menos insumos, menor custo. A justificativa do preþo alto Ú a velha lei da oferta x demanda, mas tambÚm existe outro fator econ¶mico em jogo: o produtor rural precisa ter lucro e na agricultura nÒo se escapa de outra lei: a escala de produþÒo Ú necessßria para cobrir os custos de produþÒo.
Fßcil constatar que nÒo usando os insumos da agricultura tradicional, a produtividade Ú menor - pelo menos Ú que temos no atual avanþo tecnol¾gico disponÝvel para os orgÔnicos.
Se temos uma menor produtividade, necessßrio termos maiores preþos para cobrir o custo de produþÒo.
EntÒo, amigos, precisamos refletir que o preþo Ú maior porque a produtividade Ú menor!
Matemßtica pura.
Repito, nÒo sou contra os orgÔnicos!
O que quero refletir, e agora convido todos, Ú sobre a sustentabilidade do sistema. Digamos que utopicamente resolvamos adotar s¾ os orgÔnicos no Brasil - com boa vontade, s¾ para as hortaliþas, frutas, arroz e feijÒo. Isso resultaria numa maior demanda por terras! Ou seja, por um lado nÒo diminuiria a responsabilidade do produtor rural OFERECER alimentos para a DEMANDA gerada pela SOCIEDADE, sem comprometer os recursos naturais jß tÒo combalidos.
Por outro lado geraria uma necessidade de ocupaþÒo de ßreas com agricultura, pois a produtividade dos orgÔnicos AINDA Ú baixa.
Nesse sentido, pensando em contribuir positivamente, Ú preciso cobrar da pesquisa p·blica e privada, maiores investimentos em desenvolvimento de tecnologias de produþÒo de orgÔnicos que permitam maiores produtividades, mitigando assim o problema de demanda por ßreas agricultßveis.
Quem Ú que banca a pesquisa no nosso paÝs...hummm...vamos deixar de hipocrisia e lembrar que sÒo as multinacionais de agroquÝmicos e fertilizantes, um oligop¾lio mundial!
Esse oligop¾lio tambÚm investiu pesadamente na pesquisa genÚtica e sementes, principalmente depois que a Monsanto abriu a boca com os primeiros transgÛnicos RR.
Falar a verdade Ú dolorido, mas extremanente necessßrio.
Cartas na mesa. Comentem!

Inocêncio Candido Borges Neto
28/10/2011 - 14:39
Na realidade, a ilusÒo de um mundo totalmente equilibrado nÒo deve ser pregado, atravÚs da agricultura orgÔnica, com o pretexto de que o produto orgÔnico tem menor custo e, portanto, maior lucro para o produtor e com preþo menor para o consumidor.
A sustentabilidade, em todas as cadeias produtivas, deve ser viabilizada e submetida a todas a leis, naturais e dos homens, nacionais e intenacionais, na busca do equilÝbrio social, econ¶mico e ambiental.
A agricultura nÒo produz somente alimentos; produz tambÚm matÚria prima para medicamentos, que tem rigoroso controle e acompanhamento tÚcnico especializado. O produtor rural, no caso de ser possÝvel produzir algo sem o uso de qualquer insumo moderno, com toda certeza optaria pelo fornecimento ao mercado de medicamentos ou de essÛncias, onde o produto orgÔnico teria um valor agregado superior.
Portanto, mesmo para a agricultura familiar, que estß sempre submetida aos contracensos do mercado da oferta e procura, tem no lucro a viabilizaþÒo do seu neg¾cio, a perenizaþÒo da vida no campo e do ambiente natural onde reside e alimenta sua pr¾pria famÝlia.

Carmo Spies
28/10/2011 - 15:51
A questÒo quando colocada na mesa sempre vira polemica porque tem entendimentos diferentes sobre o tema. NÒo podemos esquecer no entanto, que a lei da oferta e procura continua vigorando e que ninguÚm consegue sustentar qualquer atividade se nÒo tiver retorno. Portanto, ainda nÒo temos outra forma melhor de ter oferta de produtos a nÒo ser pela atratividade de um preþo lucrativo. + claro que temos que tender sempre ao equilÝbrio em todos os sentidos.

Fernando Faria
31/10/2011 - 09:08
Bom dia!
Assustei ao ver a declaraþÒo do entrevistado quando diz ser o sistema ôperfeitoö.
Numa parte dessa entrevista quando trata da condiþÒo da qualidade da ßgua, deixa claro que o cultivo da olericultura necessidade de ßgua com ausÛncia de contaminantes. Porem, essa atividade submete os corpos dÆßgua a um risco muito grande. O custo ambiental dessa atividade pode ser maior que da agricultura convencional.
Sou da opiniÒo que a agricultura orgÔnica estß longe de tal perfeiþÒo, uma vez que oferece risco ambiental nas mesmas proporþ§es da agricultura convencional, exigindo um controle muito maior do risco da contaminaþÒo dos corpos d ßgua.
O que Ú inegßvel Ú o excelente retorno econ¶mico que a atividade proporciona. Basta observar o que diz o pr¾prio entrevistado sobre o custo de produþÒo e comparar com o valor do produto na g¶ndola do supermercado.
Isso N+O Ú SUSTENTABILIDADE.
Cabe observar tambÚm que nÒo hß assistÛncia tÚcnica de qualidade e pesquisas suficientes que transformem essa atividade em expressÒo no fornecimento de alimentos frente Ó demanda que o mercado.
A agricultura orgÔnica pelos preþos que pratica, estß na contramÒo da realidade que anuncia dÚficits alimentares proporcionado pela elevaþÒo dos preþos dos produtos.

abel nunes
03/01/2012 - 10:31
voc-s estÒo todos desatualizados os produtos organicos Ú uma nova realidade do mercado brasileiro,os tempos mudaram,as pessoas ganham mais o consumo aumentou tudo isso Ú fato,mas uma coisa Ú certa os produtos organicos Ú para o mercado exterior,quem visar esse produto no brasil nÒo vai ter tanto lucro.pois o brasileiro nÒo tem condiþ§es financeiras para consumir esses produtos.

Para comentar
esta matéria
clique aqui
5 comentários

Conteúdos Relacionados à: Agricultura Orgânica
Palavras-chave

 
11/03/2019
Expodireto Cotrijal 2019
Não-Me-Toque - RS
08/04/2019
Tecnoshow Comigo 2019
Rio Verde - GO
09/04/2019
Simpósio Nacional da Agricultura Digital
Piracicaba - SP
29/04/2019
Agrishow 2019
Ribeirão Preto - SP
14/05/2019
AgroBrasília - Feira Internacional dos Cerrados
Brasília - DF
15/05/2019
Expocafé 2019
Três Pontas - MG
16/07/2019
Minas Láctea 2019
Juiz de Fora


 
 
Palavra-chave
Busca Avançada