De duas a três horas. Esse é o período necessário para que a requeima da batata, doença fúngica, também conhecida por “mela” e “crestamento de Phytophthora”, se alastre pela cultura, ocasionando grandes perdas ao agricultor.
O alto potencial destrutivo do fungo é caracterizado pela sua capacidade em produzir, de forma abundante, esporângios, que germinam e se disseminam pelo vento e pela água disponível. Por esse motivo, a condição ambiental é um ponto que deve ser bem analisado pelo produtor, afinal situações de umidade relativa elevada (neblina, chuva, orvalho e, principalmente, irrigação) e temperaturas amenas, entre 18 e 22ºC, impulsionam a ação da doença e comprometem o plantio em qualquer fase do seu ciclo. Vale lembrar que a umidade pode afetar ou interferir na germinação do fungo, sendo assim, o excesso de adubação nitrogenada também favorece o ataque da requeima da batata.
A contaminação da doença é bem característica. O fungo incide, primeiramente, nas folhas e hastes, causando lesões irregulares que surgem nos folíolos, como encharcamento de coloração verde-escura, evoluindo para a necrose e o escurecimento das mesmas, podendo mais tarde afetar os tubérculos. Isso facilita a sua proliferação, devido à alimentação dos fungos ser realizada a partir de restos culturais e de tubérculos doentes.
Para evitar a contaminação da doença, o produtor deve adotar estratégias de controle, tais como: escolher o local de plantio com boa drenagem, destruir os restos culturais, espaçar o plantio para permitir a maior ventilação e realizar o controle químico e das cultivares que apresentem níveis de resistência ao patógeno. Além disso, essas são as medidas que proporcionarão um menor custo e um menor impacto ambiental.
No que diz respeito ao uso de cultivares, a opção é limitada. As cultivares comerciais de maior expressão no Brasil são suscetíveis (Ágata, Cupido) ou com níveis moderados de resistência (Monalisa, Atlantic, Astetrix), fator que obriga a utilização de programas intensivos de pulverização sob elevadas pressões de doença. Já o manejo químico é caracterizado por produtos com ação protetora e sistêmica, sendo que a sua eficácia depende das condições climáticas, tecnologia e momento correto de aplicação. Entretanto, para a realização de ambos, o estágio de desenvolvimento da cultura deve ser observado, uma vez que a quantidade de massa foliar é variável conforme a idade, pois o volume de calda e a cobertura do alvo (folha/ hastes) são diferentes.
A fim de garantir bons resultados da lavoura, o recomendado é a aplicação de fungicidas protetores, de contato ou sistêmico, responsáveis pela formação de uma película na superfície da planta e pela fácil absorção e distribuição, respectivamente. Vale enaltecer que a eficácia não se estende para novas brotações, logo outra aplicação deve ser realizada. O sucesso no controle da requeima se dá pela prevenção, antes da ocorrência da doença.
Uma boa dica para que o processo preventivo seja eficaz é a qualidade na aplicação. Os produtores devem seguir a dosagem recomendada pela empresa fabricante e orientações, como: tipo de bicos, volume, pressão, altura de barra e velocidade do trator. Essas diretrizes são definidas após testes e ensaios ao longo de anos de pesquisa e comprovam a obtenção de uma melhor cobertura.
A Bayer CropScience, focada em oferecer inovações e em atender as necessidades do produtor, dispõe de dois produtos para manejo da requeima da batata, o Infinito® e o Consento®. O primeiro é fungicida sistêmico e, por conta da rápida absorção, protege, inclusive novos tecidos. Já o segundo apresenta as características sistêmica e de translocação, o que proporciona o controle da requeima e, secundariamente, a Alternaria (Alternaria solani). Outra vantagem em relação a esses fungicidas, é que ambos são compostos por dois diferentes mecanismos de ação, o que automaticamente tem importância relevante no manejo de resistência de fungos a fungicidas.