Em um processo industrial que usa matéria-prima sacarídea para a produção de açúcar e etanol, a moagem dessa matéria-prima, a filtração, a fervura/centrifugação do caldo/melado, a adição de químicos, a fermentação e a destilação resultam na transformação nos produtos principais.
Em termos de matérias-primas produtoras de açúcar e de etanol, a inovação está centrada em dois grandes desafios técnico-científicos e gerenciais. Um primeiro é o aumento da densidade energética e a utilização de matérias-primas alternativas ou complementares, com domínio tecnológico, como é o caso do sorgo sacarino – Sorghum bicolor (L.) Moench. Um segundo desafio trata da eficiência das tecnologias de aproveitamento do conteúdo energético. Neste campo, transitam as questões sobre o aumento da eficiência no processo industrial convencional (pré-tratamento, fermentação, destilação, biodigestão da vinhaça, entre outros); bem como, questões sobre o domínio de novos processos em rotas tecnológicas de conversão de biomassa em energia (hidrólise ácida e enzimática, termoquímica, gaseificação, dentre outros).
Inovação é o argumento que norteia estas novas buscas e novos negócios. E, atualmente, a Embrapa está focada nestas parcerias para negócios competitivos, embasada na demonstração de resultados da experiência agronômica e progressos na genética, boas práticas de manejo da cultura e inserção profissional para as oportunidades de processos de conversão industrial. Adicional e complementarmente, são relevantes as informações sistematizadas sobre a caracterização de matéria-prima e qualidade tecnológica do sorgo sacarino (enfoque tecnológico para processos e aproveitamento industriais).
Em desenvolvimento de tecnologia industrial focam-se outros três temas:
a) a caracterização da matéria-prima (viés industrial) para fins energéticos, nas rotas de produção de etanol (1ª- geração tecnológica), e biomassa para fins diferenciados (etanol de material lignocelulósico ou 2ª-geração, cogeração de energia, alimentação de animais ruminantes, biofertilizantes e coprodutos – novas moléculas, materiais, etc.);
b) os processos de conversão “per se”, tais como protocolos analíticos de referência e utilidades para rotas tecnológicas diferenciadas; e,
c) arranjos (institucionais, técnico-científicos e produtivos) visando à inserção do sorgo sacarino no complexo do setor sucroenergético, abordando reforma de canavial, plantio de entressafra da cana, cogeração, e aproveitamento ou adaptação de maquinaria agronômica e industrial, dentre outros temas.
Em termos competitivos e sustentáveis, o gerenciamento dos arranjos institucionais, técnico-científicos e produtivos é definidor da estratégia e oportunidade para a produção e utilização do etanol e cogeração de energia. E, a administração do conhecimento e da disponibilidade das matérias-primas, processos e arranjos constitui-se no elemento operacional fundamental para justificar as vantagens comparativas de unidades industriais, empresas, regiões, ou países no negócio sucroalcooleiro.
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