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Kamila Pitombeira
16/04/2012
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Por se alimentar do sangue dos animais, o carrapato bovino pode levar a quadros de anemia e enfraquecimento do animal no que diz respeito à sua imunidade. Com isso, o produtor acaba sofrendo uma queda da produtividade, tanto da carne como do leite. Ao se alimentar, o parasita também libera toxinas no organismo que diminuem o apetite dos bovinos. Além disso, ele também causa lesão no couro, o que diminui sua qualidade e valor no mercado. No entanto, apesar de todos esses problemas que o carrapato pode causar na produção, o produtor deve ter em mente que ele não pode ser eliminado totalmente do rebanho. Isso porque ele é responsável pela transmissão da tristeza parasitária bovina, mas também pela promoção de imunidade natural contra a doença.
Segundo Cláudia Gomes, pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul, o carrapato tende a aumentar em número nas épocas mais quentes do ano, pois o calor e a alta umidade aceleram seu desenvolvimento. Por isso, os produtores rurais devem ter um planejamento de controle do parasita.
— Se não existir um planejamento de controle de reinfestação no campo, a tendência é que essa infestação aumente de forma descontrolada — afirma a pesquisadora.
A circulação de animais silvestres, a introdução de animais no rebanho, o tipo de vegetação, a criação do gado com outras espécies animais, a lotação dos campos, os métodos de controle químicos e não-químicos e a resistência do hospedeiro são alguns dos fatores que influenciam no crescimento populacional do carrapato.
— O manejo dos animais também influencia no controle desses parasitas, como a não utilização de alta população nos pastos. A qualidade da alimentação do animal também é importante porque interfere diretamente na imunidade do organismo. Além disso, o manejo dos pastos merece atenção. Isso porque a maior parte da contaminação está nos pastos. Se o produtor faz um descanso do pasto, ele dá oportunidade para as larvas usarem as reservas nutricionais que têm, ficando enfraquecidas. Com isso, a capacidade de infestar os animais é diminuída — explica Cláudia.
O controle químico, como o uso de carrapaticidas e a utilização de predadores naturais, além dos fatores genéticos de resistência natural dos animais são outras medidas que podem ser usadas para controlar a população dos parasitas no rebanho.
Principais erros
Para a pesquisadora, existem alguns erros que costumam ser cometidos pelos produtores rurais. No caso do controle químico, por exemplo, ela conta que, o manejo incorreto do carrapaticida pode levar a uma subdosagem do acaricida. Essa subdosagem, segundo Cláudia, faz com que alguns dos carrapatos permaneçam vivos. Com isso, além de reduzir os intervalos dos tratamentos, ocorre o risco de aceleração do processo de resistência contra aquele produto.
— Se o produtor utiliza acaricida de aplicação injetável, ele deve estar atento à dosagem que irá aplicar, de acordo com o peso do animal. Já se o carrapaticida é usado em banheira de imersão, ele precisa seguir a orientação do fabricante em relação à quantidade do produto, de acordo com o volume da banheira. É importante também que os bicos ejetores desse banho estejam sempre limpos para que a pressão da água seja suficiente para penetrar entre os pelos do animal. O produtor deve ainda evitar banhar os animais em dias de chuva, pois o produto sobre o corpo do animal acaba sendo lavado, o que elimina o efeito residual do carrapaticida — orienta.
Ainda segundo a pesquisadora, o carrapato também é transmissor da tristeza parasitária bovina e a imunidade natural contra essa doença se dá pelo contato do animal com o carrapato. Portanto, o produtor deve pensar no controle do carrapato para evitar perdas econômicas sem a erradicação total desse parasita, o que levaria à baixa imunidade dos animais contra essa doença e também provocaria perdas.
Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Pecuária Sul através do número (53) 3240-4650.
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