Dentro da Zootecnia, entende-se por caprinocultura e ovinocultura, a criação racional de animais das espécies caprina e ovina, respectivamente. Estas criações devem estar apoiadas em alguns pilares: um bom manejo nutricional, a escolha correta da raça a ser criada, a adoção de práticas de manejo e um bom planejamento.
Como comentando em outros textos, objetiva-se com este tipo de atividade alcançar resultados econômicos satisfatórios, portanto o produtor que esteja interessado nestas atividades deve ter conhecimento de que estas devem ser entendidas como empresa rural. Neste contexto, esta empresa nada mais é do que uma “Organização econômica e social que reunindo terra, capital, animais, trabalho e direção, se propõe a produzir lucro”.
Para que esta empresa possa alcançar seus objetivos, é necessário estar atento a alguns fatores que influenciam na rentabilidade de um investimento. No caso de empresa rural, fatores internos (ligados a propriedade) e fatores externos à propriedade são de fundamental importância. Ao se conhecer estes fatores, busca-se então a eficiência, que pode ser entendida como a relação entre os resultados obtidos e os recursos empregados, no caso da produção animal a eficiência a ser alcançada é bioeconômica.
Entretanto, para que esta eficiência seja alcançada, funções básicas da administração devem ser priorizados, dentre eles destacam-se o planejamento, a organização, a direção e o controle, os quais quando realizadas em conjunto, formam o que se denomina de processo administrativo. Portanto, no planejamento é o momento de estabelecer metas e índices a serem alcançados com a exploração racional destes animais.
São vários os índices que devem ser considerados em uma exploração animal, podendo se configurar como a principal ferramenta de avaliação do desempenho de um rebanho, pois refletem em forma numérica (relação entre dados) o desempenho dos diversos parâmetros da exploração pecuária.
Entre os diversos índices zootécnicos que podem ser utilizados em uma exploração racional de caprinos e ovinos, podemos destacar os seguintes:
- Índice de fertilidade: obtido pela relação entre o número de fêmeas prenhes e número de fêmeas que foram colocadas em cobertura;
- índice de fecundidade: relação entre o número de crias nascidas e o número de fêmeas em cobertura;
- Mortalidade intra-uterina: deve-se levar em consideração que neste índice está incluído um erro eventual no diagnóstico de gestação. Este índice é obtido pela seguinte equação: ((número de fêmeas prenhes – número de fêmeas que pariram)/número de fêmeas prenhes) x 100).
- Taxa de desmame ou eficiência reprodutiva: é o número de crias desmamadas dividido pelo número de fêmeas em cobertura, multiplicado por 100.
- Relação de desmama: neste índice, a relação entre o peso da cria e o peso da sua mãe é considerado, destacando que quanto maior o peso de desmame da cria em relação à sua mãe, melhores serão os resultados.
- Período de serviço: intervalo de tempo (em dias) compreendido entre um parto e a primeira cobertura fértil posterior a este parto, de uma mesma matriz. Deve-se fazer avaliação média das matrizes.
- Idade à primeira cria: idade na qual a borrega ou a cabrita pariu pela primeira vez. Deve-se fazer avaliação média de todas as borregas e cabritas do rebanho. Este índice tem efeito na estrutura do rebanho.
- Intervalo entre partos (IEP): período compreendido entre dois partos consecutivos de uma matriz. Devemos efetuar a média geral dentro das categorias das matrizes.
Entretanto, para que se possa realizar uma análise dos dados do rebanho, é extremamente importante que se realize uma escrituração zootécnica adequada e de fácil entendimento pelo funcionário responsável pela obtenção destes dados. Caso contrário, a análise final levará a obtenção de informações equivocadas sobre o rebanho e consequentemente a uma tomada de decisão errada.
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