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Kamila Pitombeira
18/08/2011
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Para que a produção do leite não sofra nenhum tipo de contaminação, é importante que o produtor adote algumas medidas e técnicas relacionadas ao manejo e à higiene. Com o objetivo de diminuir a contagem de bactérias no leite cru, além de proporcionar o controle da mastite no rebanho, a Embrapa Caprinos e Ovinos adaptou um kit de ordenha manual para cabras leiteiras que promete favorecer a produção de leite com qualidade, além de demandar pouco investimento financeiro por parte do produtor.
Segundo Viviane de Souza, pesquisadora da Embrapa Caprinos e Ovinos, o kit é composto por uma caneca telada, utilizada para a detecção de mastite clínica no rebanho, um balde plástico de 5 a 8 litros, utilizado para o armazenamento da água clorada, uma mangueira de borracha, adaptador para caixa d’água, adaptador de pressão, esguicho de jardim, detergente alcalino em pó, cloro, papel toalha e escova para higienização dos utensílios e luvas.
— Além da montagem correta dos utensílios do kit, o produtor deve atentar para a dosagem adequada do cloro a ser adicionado na água que será utilizada para a higienização dos tetos. Além disso, é indispensável a adoção de boas práticas agropecuárias no momento da ordenha — afirma a pesquisadora.
De acordo com ela, o cloro comercial é encontrado em diversas concentrações. Normalmente, ele varia de 2% a 20%. Portanto, se o ele estiver em uma concentração de 2%, deverá ser adicionado 40ml para cada 5l de água, ou seja, a quantidade de cloro a ser utilizada será indicada de acordo com a concentração. Essas informações, como diz Viviane, podem ser encontradas em um comunicado técnico disponibilizado pela Embrapa Caprinos e Ovinos.
— O produtor deve iniciar o processo de ordenha utilizando boas práticas agropecuárias. Isso deve ser feito através de uma linha de ordenha onde as cabras que nunca tiveram mastite devem ser ordenhadas primeiramente. Posteriormente, as que já tiveram mastite e, por último, as que têm mastite constantemente — orienta.
A pesquisadora explica que o produtor deve preparar a água clorada para fazer a higienização dos tetos e deve ter bons hábitos de higiene, ou seja, lavar bem as mãos e manter as unhas bem aparadas e limpas, já que elas também são fontes de contaminação do leite. Posteriormente, ele deve realizar o teste da caneca telada que é utilizado para observar a mastite clínica.
— Nesse teste, ele deve desprezar os três primeiros jatos e observar a presença de grumos. Em seguida, deve-se proceder a lavagem dos tetos com a água clorada, já preparada anteriormente, e secá-los com o papel toalha. Vale ressaltar a importância da utilização do papel toalha e não os panos habitualmente utilizados nas ordenhas. Em seguida, inicia-se a ordenha propriamente dita. Ao final dela, realiza-se a filtração do leite com a utilização de um coador de nylon e envia-se o leite imediatamente para a refrigeração a fim de diminuir a multiplicação bacteriana — recomenda Viviane.
Ainda segundo ela, o processo de validação do kit está em fase final para que a Embrapa possa disponibilizar a tecnologia. No entanto, é o próprio produtor quem monta o kit através de uma cartilha que será lançada no início de 2012. Já a montagem inicial do kit, gira em torno de R$150, como conta a pesquisadora. Posteriormente, o produtor terá uma despesa média de R$ 15 com a manutenção do kit, como a aquisição de cloro, papel toalha e detergente.
Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Caprinos e Ovinos através do número (88) 3112-7400.
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