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Kamila Pitombeira
04/02/2013
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Além de contribuir com a diminuição de impactos no meio ambiente, o manejo sustentável, quando o assunto é agrotóxico, pode contribuir com o bolso do produtor. Isso porque, além de reduzir o custo de produção devido à diminuição do uso de produtos contra pragas, doenças ou plantas daninhas, ele pode aumentar a produtividade e valorizar o produto final na hora da comercialização. O manejo sustentável de agrotóxicos no arroz irrigado foi um dos temas do 7º Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado, que aconteceu entre os dias 9 e 12 de agosto, em Balneário Camboriú (SC).
Segundo o Dr. Luis Antônio de Ávila, professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), no Rio Grande do Sul, o manejo sustentável segue algumas premissas. A primeira é fazer uso do manejo integrado de pragas, ou seja, aplicar produtos para o controle de pragas, doenças ou plantas daninhas somente quando necessário. Esses produtos devem ser aplicados na dose e na forma recomendadas e deve ser evitado que eles sejam transportados para o meio ambiente.
— Nós propomos que o impacto dos agrotóxicos seja o menor possível, ou seja, que consigamos produzir a quantidade necessária de alimentos com baixo impacto ambiental. Outro aspecto importante é que o impacto ambiental tem se reduzido bastante ao longo do tempo porque cada vez mais temos uma quantidade menor de produtos sendo aplicados. Estamos produzindo mais alimentos com menor quantidade de produto. Isso significa uma melhor qualidade ambiental da produção — afirma o professor.
Ele explica que o arroz irrigado é cultivado em várzeas e a irrigação é feita por inundação. Então, além dos cuidados com a diminuição do uso de produtos, o agricultor pode fazer taipas que tenham a função de reduzir o transporte de água para fora da lavoura, limitando assim o transporte de agrotóxicos, que pode ocorrer por lixiviação, por escoamento superficial ou por volatilização.
— Com essas medidas, o principal benefício para o meio ambiente é a diminuição do impacto que pode ser causado pelos agrotóxicos. Já o produtor se beneficia por ter uma produção mais limpa, com menor impacto ambiental, e isso, se utilizado de forma adequada, pode promover melhor preço pelo seu produto — conta Ávila.
Já o custo de produção, de acordo com ele, é o mesmo. O professor diz que pode existir um custo somente para fazer a adequação da lavoura. Além disso, realizando as práticas adequadas como o manejo integrado de pragas, por exemplo, consegue-se ainda reduzir o custo de produção.
— Sempre buscamos o aumento de produtividade e esse manejo sustentável impacta na produtividade no sentido de mantê-la em uma crescente. No estado, estamos produzindo cada vez mais arroz. Há 15 anos, nossa média girava em torno de 5 mil quilos por hectare. Hoje, estamos produzindo quase 8 mil quilos por hectare em média. Convertendo a quantidade produzida pela quantidade de agrotóxicos que utilizamos, temos atualmente uma produtividade maior em relação à quantidade de agrotóxicos, o que nos dá uma produção mais limpa — conclui ele.
Para mais informações, basta entrar em contato com a UFPel através do número (53) 3921-1401.
Reportagem exclusiva originalmente publicada em 17/08/2011
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