O Confinamento é um sistema de criação de bovinos, no qual lotes de animais são fechados em piquetes ou currais ou baias de confinamento, com área restrita. Os alimentos são fornecidos em linhas de cocho e a água em bebedouros. Geralmente é utilizado na terminação de bovinos.
A qualidade da carcaça produzida no confinamento depende do bom desempenho obtido na fase de cria e recria. Bons produtos de confinamento são obtidos a partir de animais sadios, fortes, robustos, com bom desenvolvimento muscular (carne) e gordura suficiente para dar o sabor e proporcionar boa cobertura de carcaça.
Os animais em confinamento são fechados na época da seca, devido à escassez de forragem para o pastejo dos animais e para aproveitar estrategicamente melhores oportunidades de negócios.
Planejamento, gerenciamento, características dos animais, qualidade e quantidades de alimentos oferecidos, estado sanitário, entre outros fatores são de suma importância.
Nesta época aproveitamos para capacitar as equipes dos confinamentos parceiros e oferecer produtos altamente eficazes e seguros.
Na chegada dos animais ao confinamento é possível formar os lotes e determinar o tempo médio em que ficarão confinados até o abate. Na maioria das vezes o tempo de confinamento é de 90 dias, aproximadamente.
Animais doentes devem ser separados dos lotes em currais afastados, enfermaria ou hospital.
No manejo de entrada, recomenda-se vermifugar os animais com Sulfóxido de albendazole1 e vacinar contra as clostridioses2.
As doenças que geralmente acometem os bovinos confinados são: Clostridioses, Cisticercose, Pneumonias, Pododermatites, Poliencefalomalácia, desordens metabólicas/digestivas e dermatites (feridas e infecções de pele).
Quando a cisticercose for um problema recorrente, os animais devem ser medicados com sulfóxido de albendazole injetável1 que mata os vermes adultos, ovos e larvas, além de matar os cistos de cisticercose.
No período seco (inverno) as noites são frias e os dias quentes; as rápidas inversões térmicas deste período associada à formação de poeira contribuem para a ocorrência das pneumonias nos bovinos. Devemos sempre estar atentos, para um rápido diagnóstico e tratamento dos animais acometidos com antibióticos à base de Benzilpenicilina G Procaína+Benzilpenicilina G Benzatina+Diidroestreptomicina3 (pronto para uso) e antiinflamatório corticosteróide à base de Dexametasona4.
No período chuvoso com a lama aumenta a ocorrência de pododermatites, por isso, aos primeiros sinais clínicos da “frieira” ou “podridão dos cascos”, quando os animais começam a mancar, o tratamento com Oxitetraciclina+ Diclofenaco de sódio5 deve ser realizado com urgência. A Norfloxacina injetável6 é o medicamento de eleição para o tratamento dos animais com infecções mais severas.
Animais com sintomatologia neurológica ou tonteira (cambaleamento, incoordenação, entre outros) devem ser avaliados por um médico veterinário responsável e, caso seja confirmada a poliencefalomalácia, o tratamento pode ser feito com Dexametasona4, Vitamina B1 e Soro7.
Nas desordens metabólicas/digestivas, após a avaliação por um médico veterinário, recomendam-se medidas específicas para eliminação de gases causadores de meteorismo (timpanismos), Cálcio8, Soro7 e propulsores químicos (membutona, acetil butílico ou citrato).
As ectoparasitoses não representam um importante desafio sanitário nos confinamentos, eventualmente observam-se animais que chegam com carrapatos, mas em poucos dias estes parasitos caem no chão e não fecham ciclo de vida neste ambiente. As moscas podem em alguns casos provocar altas infestações prejudicando o desempenho dos animais, mas quando se tem o histórico de sua ocorrência é possível adotar medidas preventivas e tratar os animais com produtos à base de Cipermetrina+Clorpirifós+Citronelal9 (via pour on) no manejo de chegada. Caso seja diagnosticada a mosca-dos-chifres (H. irritans) os animais devem receber um brinco mosquicida à base de Diazinon10.
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