A safra de alho em 2011 aponta uma melhora do setor. O aumento na área de plantio de 10% fará com que a oferta nacional alcance o número de 10 milhões de caixas de alho. As duas principais regiões produtoras o Cerrado e o Sul plantaram este ano, respectivamente, 6.000 e 2.800 hectares de alho.
O Cerrado iniciou a colheita com a melhor qualidade de alho já vista. Os fatores climáticos contribuíram, mas a tecnologia difundida e adotada pelos produtores foi de fundamental importância para o desenvolvimento de uma maior produtividade e qualidade do bulbo. A região Sul do país está em fase de plantio e o inverno rigoroso indica boa safra com bulbos bem formados.
Esta oferta representa um abastecimento interno de 33% do consumo de alho total, visto que a hortaliça consumida no Brasil é composta por 67% do produto importado, sendo 42% alho chinês e 25% alho argentino, e o restante pelo produto nacional.
A comercialização do alho nacional depende basicamente dos preços praticados pelos importadores, quando do desembaraço da mercadoria no Brasil. E os produtores podem encontrar pela frente alguns cenários adversos:
1. Considerando uma safra recorde na China (especulações dão conta de um aumento de área produtiva em torno de 30%, ou seja, se a oferta chinesa mundial era de 600 mil hectares, com esse novo cenário, pode chegar a 800 mil hectares de alho) nosso principal concorrente, o preço médio de venda FOB /CHINA seria baixo e o custo de importação também, desta forma a situação torna-se preocupante aos produtores brasileiros, pois os valores de vendas estariam condicionados ao mesmo.
2. Com a oferta nacional superior ao ano anterior, considerando uma demanda de consumo tradicional, e o preço médio FOB /CHINA ao valor de US$ 12,00 o custo de importação se eleva um pouco e a concorrência no Brasil torna-se adequada.
3. Um cenário otimista é a abertura de mercado na China a um valor maior dando condições para que a comercialização no Brasil seja feita de maneira positiva ao produtor brasileiro.
Porém vale lembrar que o mercado de alho nos últimos cinco anos comportou-se de maneira muito adversa. Pois ao tempo em que houve registro de um dos piores marcos da história, quando o alho chinês foi vendido na origem, entre os anos de 2006 e 2008, a 3 dólares a caixa, os produtores sentiram uma melhora do setor, quando em 2009 e 2010, o mesmo alho chegou a ser comercializado a 25 dólares na origem.
Logo, os próximos dias serão cruciais para determinarmos o cenário de produção e comercialização do alho brasileiro. As importações estão chegando e coincidirão com a colheita no Cerrado. Mas quem determina as regras de mercado não somos nós. Não é mesmo?
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