O feijão é uma cultura de ciclo curto. Esse é um dos motivos para as oscilações de preço que vão de R$200 (saca de 60 quilos) a R$60, dependendo da safra. Além disso, existe uma exigência do consumidor por um feijão novo ‘claro’. Isso faz com que o feijão não possa ser estocado, oscilando ao sabor das intempéries e do interesse dos produtores em plantar mais ou menos área.
O Brasil produz e consome variedades que não são consumidas em outras partes do planeta. Isso significa que quando sobra não tem para quem vender e quando falta não tem de quem comprar. Essa situação também contribui para a oscilação de preços. O feijão preto é um exemplo de feijão que tem mercado internacional, porém essa variedade só é cultivada em 15% do mercado nacional.
Outro motivo para essa oscilação de preços é o fato do produtor brasileiro ainda trabalhar olhando o que acontece no mercado no momento do plantio. Isso é um erro grave, pois se o preço está bom atualmente e todos plantarem, dentro de 90 dias corre-se o risco de ter uma superoferta. E o inverso também ocorre. O produtor precisa estar ligado com as informações que já existem no mercado. Com o conhecimento do que está ocorrendo no restante do país é possível ampliar seu horizonte e entender o que poderá ocorrer no mercado meses à frente.
Outro ponto a ser levado em consideração é a importação. É importante que o feijão vindo de fora não chegue ao Brasil abaixo do preço mínimo que se paga ao produtor. O feijão importado não deve competir com a produção nacional, que se concentra entre os meses de novembro e março. Também é importante que o Governo responda mais rapidamente as necessidades, uma vez que no momento do plantio o Plano Safra já prevê os recursos a serem aplicados.
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