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Com o ciclo de confinamento se iniciando, o pecuarista corre para acertar e definir os últimos detalhes para o fechamento dos animais, ação que planejada antecipadamente poderá representar grande economia para o sistema de produção.
Neste contexto, são priorizadas tarefas como a compra dos insumos para a alimentação dos animais durante o período, o cronograma sanitário proposto, o ajuste das instalações e o operacional, a capacitação e qualificação da equipe de funcionários para execução dos diversos manejos e a aquisição de animais para o confinamento.
De fora parece até fácil, uma vez que com a profissionalização da atividade o confinador tem acesso há inúmeras informações que lhe capacitam para execução com maestria de tais atribuições, porém na prática as coisas não são tão fáceis assim. Diferentemente dos ciclos anteriores, a compra de animais de reposição para os confinamentos tem sido um trabalho árduo, preocupando em muito os pecuaristas.
O mercado de reposição, que outrora dispunha de oferta de animais em quantidade e qualidade, em 2010 vivenciou o seu oposto, com ofertas mais restritas, por vezes apresentando menor qualidade e principalmente, muito valorizadas, dificuldades que reduziram significativamente a disponibilidade de algumas categorias animais, como o boi magro, que virou “artigo de luxo” nas mais renomadas praças boiadeiras do país.
Se por um lado, o confinador se deparou no ano de 2010 com um custo de arroba engordada muito competitivo, em função da oferta e redução dos preços dos insumos e dos bons desempenhos permitidos por dietas nutricionalmente superiores, por outro, tem observado as margens de seus ganhos serem restringidas, obrigando-o, cada vez mais, buscar eficiência na terminação dos animais.
Em uma visão mais imediatista, esta é a situação que o confinador vivencia no atual momento, condição que tem se agravado pelo fato de a reposição de animais consistir no componente de maior participação na composição de custo do confinamento.
Frente a esta situação, muitos pensariam que seria mais viável desistir, mas como a pecuária de corte e os desafios sempre caminharam juntos, não será agora que se distanciarão. Nesta nova realidade, não há muito que fazer, a não ser buscar eficiência, pois se temos certeza que pagaremos caro pela reposição, que ela, em contrapartida, apresente também alta qualidade, a começar pela genética dos animais.
Nessa conjuntura ganha importância a recria, etapa do ciclo produtivo que, se realizada de forma adequada e eficiente, contribuirá em muito para diluição dos custos da reposição, por ser um período em que a arroba engordada em sistemas de pastejo seguramente é menor que a confinada.
A fase de recria é importante, pois nesse período as respostas dos animais ainda são muito positivas, permitindo desempenhos superiores aos dos animais em regime de pasto, seja no período das águas e/ou mesmo da seca. Tal afirmação se baseia nas exigências e prioridades de animais jovens em comparação a adultos, e nos avanços da nutrição animal, com o desenvolvimento de novas tecnologias na área de suplementação.
Outras estratégias interessantes para minimizarmos os efeitos da reposição valorizada, já pensando na parte de comercialização, são os sistemas de “Boi a Termo” e os “Contratos no Mercado Futuro”, que consistem em ferramentas para a garantia de preço de venda ao final do ciclo produtivo.
Em uma sequência de raciocínio, se o pecuarista sabe quanto custa produzir, adotar estas estratégias de comercialização torna-se fundamental, pois com ela define-se o preço de venda, sabendo-se por consequência quanto se ganhará (lucro), deixando assim de ser um especulador, coisa que o pecuarista não é, pois afinal ele é o dono do boi.
Nessa hora, em que a reposição de animais apresenta-se como mais um desafio, criatividade, planejamento e o uso das estratégias nutricionais como o confinamento podem ser os grandes diferenciais para a obtenção de sucesso na atividade pecuária.
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