Os estudos para o mercado mundial de alimentos nos próximos 40 anos apontam para uma necessidade de crescermos em 70% a atual oferta. Se imaginarmos 9 bilhões de habitantes, um acréscimo de 2 bilhões a mais de pessoas sobre a base atual, associados aos ainda 1 bilhão de famintos, teremos cerca de 3 Índias adicionais neste pequeno planeta Terra. E o ponto é que a nova demanda pede por muito mais carne comparada ao passado recente. A FAO apresenta fatos importantes no dimensionamento do mercado para as carnes: Em 2000 mais da metade das calorias necessárias para a alimentação humana nos paises em desenvolvimento eram fornecidas pelos cereais (56%) e apenas 20% pela proteína animal, leite e gorduras. Para 2050 a previsão é de que os cereais caiam para 46% e o segmento de carnes e laticínios chegue nos 30%.
Isto representa um crescimento da produção de carne para 470 milhões de toneladas no período o que é simplesmente quase dobrar o nivel presente. Em paralelo, para acompanhar esse crescimento das carnes, a produção de soja precisará mais do que dobrar, indo à 515 milhões de toneladas.
Os aspectos dos desafios tecnológicos, de produtividade, da sustentabilidade, do bem estar dos animais, da responsabilidade social, do engajamento de micros e pequenos produtores rurais no mercado, das novas demandas por terras e grãos para a agroenergia, do custo dos fatores do “antes e do pós-porteira das fazendas”, dos aspectos incontroláveis como o clima no agronegócio, a política, conflitos, protecionismos, a governança publica , doenças, sanidade, e da eficiência e da eficácia dos “players” já os temos listados e nos “check lists” dos sistemas empresariais e dos MBA’s do agronegócio. Quais seriam alguns pontos de apoio que pudessem representar uma síntese para os empresários e executivos, onde fosse possível apoiar as alavancas estratégicas das organizações para diminuir o universo das incertezas e realizar o enfrentamento da forte competitividade global no setor? Listo aqui 3 aspectos para um repensar e agir em alta velocidade, pois a descoberta não está mais na eletricidade, e sim na invenção de novas formas de oferecer luz e energia.É a capacidade de reunirmos conhecimentos transversais e convergentes de forma criativa, inovadora e inspiradora, com distintas áreas do conhecimento já reveladas para a sociedade.
1) Governança privada: o sucesso para o desafio global da competição no agronegocio das carnes, exige um forte exercício de orquestração e de organização das cadeias produtivas, sob liderança da sociedade civil empresarial organizada. Não teremos mais tempo para reclamar do “timing” dos governos e da gestão pública. O futuro será cada vez mais administrado pelos segmentos da sociedade que se colocarem no futuro: TYA – Ten Years After. Vencer a concorrência não é um caso de “heroísmo“ de apenas um agente isolado. Será cada vez mais talento da orquestração e da superação de conflitos de egos intra e inter setores.
2) Espírito de Vendedor: Pensar como vendedor é pensar simples. Significa transformar complexidades em formas de comunicação, apresentação e âncoras emocionais poderosas e surpreendentes. A velha e boa propaganda continua sendo eternamente vital se for de fato “ boa “. O “neuromarketing” a junção dos conhecimentos cerebrais e neurônicos e o impacto nas determinações das vontades humanas é a alavanca de todo movimento humano, para o mal ou para o bem. Entrar na alma planetária é sagrado, o que representa sair para vender, dedicar verbas para a comunicação e apropriar-se dos principais desejos e sonhos evolutivos da humanidade para o século XXI.
3) Luxo for All: Assumir um comprometimento com a missão de oferecer dignidade aos novos e antigos consumidores, tratando-os como seres humanos, com os mesmos direitos independentemente de poderes aquisitivos, status, classe social ou formação acadêmica. Com a multiplicação infinita dos meios de comunicação interativos, o planeta mudou, pois mudou a informação, o acesso e a participação individual. Os 4 E’s passam a ser essenciais : Excelência, Experiência, Ética, e Estética: Joãozinho 30 anda cada vez mais certo do que nunca: “quem gosta de miséria é intellectual”. Capilaridade, penetração e oferecer o luxo acessível à base da população global são os ideais que nos transportarão ao futuro. O Capitalismo de Valor Compartilhado incluindo a luta e a consciência anti-desperdicio , um consumo consciente e um “prosumidor“, o envolvimento de cidadãos no micro empreendedorismo das macro companhias é a nova tábua dos mandamentos evolutivos para este TYA: Ten Years After.
E a questão toda fica num autoconhecimento: Que tipo de executivos somos? como ligamos valores e virtudes ao lucro? Como pensamos numa escala de tempo? Para que serve a nossa vida de empresários e de dirigentes? TYA, nos veremos no futuro… Espero que todos juntos e isso nasce agora.
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