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Kamila Pitombeira
05/10/2012
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Com a busca do próprio mercado consumidor por produtos naturais, sem uso de compostos químicos, a produção de alimentos orgânicos, como o leite, tem crescido a cada ano. Com isso, o produtor consegue um valor maior na hora da venda do leite orgânico, em relação ao leite convencional. Mas é preciso ficar atento a algumas regras desse sistema de produção, que acaba exigindo mais cuidados que os comuns. Segundo Nelso Nunes, extencionista da Epagri, o leite orgânico pode ser chamado de leite limpo, pois não conta com adição de nenhum tipo de produto químico, seja na adubação de pastagem ou na própria conservação do leite.
— O processo é o mais natural possível. Tira-se o leite do animal sem que ele contenha nenhum vestígio de antibiótico ou outros produtos químicos — conta.
O extencionista diz que o produtor deve se preocupar com todo o processo de produção do leite, desde o início da pastagem, quando começa o processo de conversão. De acordo com ele, deve-se produzir uma pastagem livre de agrotóxicos, sem utilização de adubos químicos, e usar uma adubação convencional através de dejetos de animais, ou seja, também orgânica.
— Não adianta produzir o leite orgânico e os demais produtos da propriedade continuarem sendo produzidos no sistema convencional. A propriedade toda deve ser certificada no sistema orgânico — afirma Nunes.
Já em relação ao manejo com o animal, ele explica que não deve-se usar nenhum tipo de produto de origem veterinária, como antibióticos e outros químicos para o tratamento dos animais. Para isso, ele conta que existem alternativas, como a fitoterapia.
— Os produtos variam de região para região. Aqui em Santa Catarina, usamos muito a grimpa do pinheiro araucária, alho e outros produtos de origem da agricultura — fala o extencionista.
Para ele, o maior benefício do leite orgânico, para a saúde humana, é a ingestão de um leite natural sem nenhuma adição de produto químico. Com isso, o produtor trabalha com uma qualidade de leite diferente dos convencionais que existem no mercado.
— Além de obter melhor qualidade e garantia do produto, o custo de produção do produtor de leite orgânico é bem inferior ao custo dos produtores de leite convencional. Já que o custo é baixo, o ganho em cima desse produto é maior — explica.
Por outro lado, Nunes ressalta que a produção também é bem menor que a convencional. Enquanto uma vaca normal produz 12L de leite diários, em propriedades que contam com tecnologias mais avançadas, essas vacas conseguem produzir de 20L a 25L por dia.
Mas hoje, segundo o extensionista, os produtores de leite orgânico têm uma garantia de preço do governo federal de até 30% a mais no mercado consumidor, o que faz com que o lucro aumente. Nunes deixa ainda um conselho a todos os produtores.
— Ele não deve buscar o leite orgânico como uma alternativa para mantê-lo no campo. Primeiramente, ele deve saber o que está fazendo. Não deve buscar um mercado pensando no lucro futuro, mas sim, se identificar com aquilo que faz — orienta.
Para mais informações, basta entrar em contato com a Epagri através do número (48) 3239-5500.
Reportagem exclusiva originalmente publicada em 13/06/2011
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