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Kamila Pitombeira
10/06/2011
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Capaz de receber cargas de resíduos a cada dois ou três dias, diferentemente de outros sistemas de compostagem, a leira estática, de formato perpendicular, conta com baixo custo, baixa necessidade de revolvimento e menor necessidade de uso de maquinário. Segundo Caio Teves, pesquisador da Embrapa Solos, para o processo ocorrer sem problemas, como mau cheiro ou proliferação de moscas, algumas regras precisam ser seguidas.
— Uma delas é a largura, pois a leira não pode ser muito larga. Além disso, como principal delas, a leira deve ser bastante porosa, ou seja, com bastante material estruturante, como poda de árvores picada, grama e outros materiais vegetais para compor com restos de alimentos e esterco — orienta o pesquisador.
Existem ainda outros detalhes. De acordo com ele, a leira deve ser construída com a parte lateral reta, quase perpendicular ao solo, o que facilita a aeração passiva. Isso porque o processo de compostagem é aeróbico, portanto, precisa que o ar circule dentro da leira sem grandes impedimentos. Por ter o formato perpendicular, ela permite que o produtor coloque sempre novas cargas de resíduos.
— Existem vários métodos de compostagem. O mais comum deles é o chamado método de revolvimento. Nesse sistema, os revolvimentos são frequentes e acontecem uma vez por semana ou uma vez a cada 15 dias. Mas esse é um método que tem algumas restrições em termos de eficiência. Quando os resíduos incluem restos de comida, o revolvimento não é muito indicado porque, quando o material está decompondo, o melhor é não mexer na leira devido ao mau cheiro que isso pode causar. Por outro lado, é um bom método se lidar apenas com materiais de poda e resíduos agrícolas — afirma Teves.
O método de leira estática com aeração forçada é aquele no qual o produtor pode fazer a leira com dimensões maiores. Esse método conta com aeradores elétricos injetando ar dentro dessa leira. Existe um outro método, mais sofisticado segundo o pesquisador, que é o biorreator fechado. Esse sistema necessita de mais tecnologia e permite maior controle, além de tem um custo maior de implantação e de controle.
— Os benefícios ao usar a leira estática são muitos. Esse processo tem baixo custo, menos revolvimento, menor necessidade de uso de maquinário e disponibilidade de receber cargas de resíduos a cada dois ou três dias — conta.
Já em relação aos cuidados de manejo, Teves ressalta que o principal deles é prestar atenção à porosidade da leira. O produtor, para ele, deve se preocupar com a estrutura da leira e usar materiais de decomposição um pouco mais lenta misturados aos materiais de decomposição um pouco mais rápida.
— A gente tem conseguido tratar restos de alimentos, resíduos de animais e, em alguns casos, até carcaças de animais. Então, esse é um método que se adapta a vários tipos de resíduos em várias situações. É um método semi-artesanal que não exige equipamentos especiais, ou seja, quaisquer ferramentas normais de uma propriedade agrícola poderão ser usadas nessa compostagem — explica.
Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Solos através do número (21) 2179-4500.
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