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Kamila Pitombeira
25/11/2013
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Uma das técnicas de manejo responsáveis pela boa produtividade na cultura da banana é a irrigação. Mas é preciso ficar atento aos tipos de irrigação mais indicados para cada produtor. Para isso, deve-se levar em consideração fatores como clima, solo e até mesmo a idade da planta. Segundo Édio Luiz da Costa, pesquisador da Empresa de Pesquisa e Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), o primeiro ponto a ser levantado é que o rendimento da bananeira é bastante afetado pelas condições hídricas do solo. Tanto deficiência, quanto excesso de água, causam redução no desenvolvimento e na produtividade.
— Uma das dificuldades que o produtor encontra, muitas vezes, é ter um sistema de irrigação eficiente, que seja projetado para as condições que ele tem no local. Entre os aspectos que devem ser considerados na hora da escolha de um bom sistema de irrigação, destacam-se a área a ser irrigada, a topografia, a qualidade da água, o tipo de solo, o clima, a capacidade de investimento do produtor, o espaçamento da cultura, a mão-de-obra disponível e se ele tem assistência técnica ou não — conta o pesquisador.
Portanto, de acordo com ele, quando o manejo da irrigação não é feito adequadamente, joga-se água e energia elétrica fora. Além disso, há uma perda de nutrientes do solo devido à lixiviação de adubos e fertilizantes que estariam nesse solo.
Costa diz que, levando em consideração do maior para o menor consumo de água, a bananeira pode ser irrigada por método de superfície, de aspersão e localizado. Dentro do método de superfície, o mais comum é o sistema de sulcos, onde se gasta muita água, pois ela é conduzida na superfície do solo sem tubulação.
— Na aspersão, temos a convencional e a subcopa, que é a mais recomendada para a cultura em termos de aspersão. Isso porque o jato é mais baixo e mais próximo da horizontal que o convencional, o que faz com que o aproveitamento da água aplicada seja melhor. Já a localizada, sistema de maior custo, se divide nos termos de microaspersão e gotejamento, que é o que consome menos água e é mais eficiente. O sistema mais utilizado na bananicultura é o de microaspersão, onde se utiliza um microaspersor para cada quatro plantas — afirma o pesquisador.
Ele explica que, quando a água é aplicada em excesso, pode trazer problemas de doenças para as plantas e perda de nutrientes do solo. O gotejamento, segundo ele, não deixa surgir umidade excessiva no bananal, pois não joga água como o método de aspersão, em forma de chuva. Ele apenas joga água em forma de gotas diretamente no solo. Isso evita o excesso de umidade e reduz doenças fúngicas.
— Se o produtor fizer um bom manejo de irrigação, é possível aplicar os fertilizantes junto com a água, passando a não ser necessária a adubação via solo, convencional. Isso ainda permite que a cultura absorva o nutriente imediatamente, o que faz com que o rendimento seja melhor — diz.
Costa acrescenta também que, em questão de manejo de irrigação, é preciso ficar atento à idade da planta. De acordo com ele, plantas jovens apresentam crescimento mais lento nos primeiros meses, absorvendo pouco nutrientes e água, pois a demanda é menor. À medida que essa planta cresce, passa a absorver mais nutrientes e mais água.
— Portanto, a quantidade de água a ser aplicada na cultura não pode ser a mesma do início ao final. Ela deve ser calculada em função da demanda hídrica da planta, do clima e da idade dessa planta. Já em relação aos investimentos, é difícil precisar os valores do custo de implantação pois variam de acordo com o caso — conclui.
Para mais informações, basta entrar em contato com a EPAMIG através do número (31) 3489-5000.
Reportagem exclusiva originalmente publicada em 6/6/2011
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