Milho |
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Transgenia usa bactéria de agricultura orgânica |
Empresa questiona polêmica de transgênicos e diz que DNA de milho BT contém mesma bactéria usada para pulverizações ecológicas |
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Kamila Pitombeira
03/06/2011
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Tema muito discutido em fóruns e entre agricultores por todo o país, a transgenia é um assunto que gera muitas controvérsias. Híbridos e transgenias do milho foi um dos temas abordados no Dia de Campo sobre produção de sementes de mamona e cultura do milho, que aconteceu no dia 19 de abril, em Jaíba, norte de Minas Gerais. Segundo Dimas Del Bosco, coordenador técnico de vendas da Pioneer, toda região quente tem uma incidência muito grande de pragas e o híbrido transgênico trouxe certa tranqüilidade.
— Isso porque, antigamente, os produtores faziam muitas aplicações de inseticida indiscriminadas e sem controle. Com isso, a produtividade era afetada porque o índice de infestação na planta continuava elevado. A introdução da transgenia, principalmente nessas regiões, trouxe um benefício para a produtividade de 15% a 20% — afirma o coordenador.
De acordo com ele, a transgenia foi muito vantajosa, tanto para o produtor, que aumentou sua produtividade, quanto para o meio ambiente, que deixou de receber de 3L a 4L de inseticida por cada safra. A única recomendação para o produtor, como diz Del Bosco, é que o agricultor mantenha 10% da lavoura dele como milho convencional. Isso serve para quebrar a resistência do inseto à proteína do milho transgênico.
Ele explica ainda que outro cuidado é com relação à lei da coexistência. Segundo o coordenador, deve ser respeitado o direito do produtor que quer plantar milho convencional através da área de coexistência, que seriam 10 linhas mais 20m de distância da lavoura do vizinho que planta o milho convencional. Já em relação às diversas discussões do público sobre o tema transgenia como, por exemplo, o risco que poderia causar à saúde humana, Del Bosco tem opinião formada.
— Temos a transgenia como próxima ao natural. Na verdade, ela nos proporciona o ganho de vários anos. Isso porque, em vez de tentar introduzir isso de uma forma demorada, com a descoberta do DNA, conseguimos fazer combinações. Essa tecnologia já existe há 18 anos e não existe nenhum relato de problemas causados pelo milho transgênico, seja de alergia, doenças ou desencadeamento ambiental — fala.
Ele explica que existe um produto chamado Dipel, à base de bacillus thuringiensis, mesma bactéria que é introduzida no DNA do milho transgênico. Esse produto, de acordo com ele, é recomendado para a agricultura orgânica.
— É um produto feito a base de uma bactéria retirada da natureza para ser pulverizado na planta. É aí que perguntamos qual a diferença de se pulverizar a planta e esse mesmo produto ir no DNA do milho. Desse jeito, o milho produz essa bactéria nas folhas e nas espigas, acabando com o problema do ataque de lagartas — conta.
Para mais informações, basta entrar em contato com a Pioneer através do número (51) 3719-7700.
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Clique aqui, ouça a íntegra da entrevista concedida com exclusividade ao Jornal Dia de Campo e saiba mais detalhes da tecnologia. |
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Walter José Rodrigues Matangolo
03/06/2011 - 11:15
A relevÔncia da sementes ser propriedade do agricultor nÒo Ú considerada no comentßrio do tÚcnico da empresa. Entre tantos outros questionamentos relativos Ó transgenia em sementes de produtos agrÝcolas, um dos principais diz respeito justamente a isso: sem o domÝnio das sementes, o risco Ó seguranþa alimentar e nutricional amplia-se. Um dos grandes saltos civilizacionais de nossa espÚcie foi justamente ter a posse das sementes, conforme texto que segue. : "CAP. 2
A REVOLUÃ+O AGR-COLA NEOL-TICA
As condiþ§es sociais e culturais
Para uma sociedade, o difÝcil nÒo era semear os grÒos preferidos em um solo jß preparado para esse fim, nem capturar e aprisionar, para finalmente criar, entre as caþas preferidas, as mais fßceis de manejar. Isso atÚ mesmo os caþadores-coletores sabiam fazer. DifÝcil era dispor de uma organizaþÒo e de regras sociais que permitissem Ós unidades ou grupos de produtores-consumidores retirarem do consumo imediato uma parte importante da colheita anual, para reservß-la como semente. Igualmente difÝcil era excluir do abate os animais reprodutores e jovens, em crescimento, para permitir que o rebanho se renovasse. " (pag. 108).
Do livro: MOZAYER, MARCEL & ROUDART, LAURENCE. Hist¾ria das agriculturas no mundo û do neolÝtico Ó crise contemporÔnea. SÒo Paulo: ed. UNESP; BRAS-LIA, DF: NEAD, 2010. 568 P.
Att.
Walter JosÚ Rodrigues Matrangolo
Clístenes Antônio Guadagnin
03/06/2011 - 13:45
A reportagem desconsidera totalmente o que Ú genÚtica e seus mÚtodos, ao considerar a introduþÒo do gene Bt em cÚlulas vivas atravÚs da transgenia e a aplicaþÒo de um produto que contÚm Bt pulverizado (Ú o mesmo que dizer que tratamento com Botox em tratamentos estÚticos Ú a mesma coisa que contaminaþÒo bacteriana por botulismo). AlÚm disso, desconhece o que Ú agrobiodiversidade, e os potenciais efeitos malÚficos desse tipo de transgenia sobre o valioso potencial genÚtico existente nas cultivares locais e crioulas. Recomendo a leitura do artigo "Maternal andfetalexposuretopesticidesassociatedtogeneticallymodified foods inEasternTownshipsofQuebec,Canada" publicado na Reproductive Toxicology (www.elsevier.com/locate/reprotox) que neste artigo cientÝfico apresenta os resultados de pesquisa cientÝfica, constatou presenþa da toxina Cry1Ab, de plantas com transgene Bt, em 93% e 80% das amostars de sangues maternal e fetal. A colocaþÒo do vendedor de sementes de milho Ú infeliz, inoportuna e falta com a verdade quando compara a agricultura orgÔnica com esse tipo de transgenia!
Dimas A Del Bosco Cardoso
04/06/2011 - 10:27
Esclarecimento: NÒo tive a intenþÒo de equivaler a agricultura orgÔnica Ó agricultura convencional com trangenia, apenas expressei a minha opiniÒo de que ela Ú a que mais "SE APROXIMA" da agricultura natural ou orgÔnica por evitar uso indiscriminado e repetido de muitos inseticidas de alta toxicidade no ambiente. Vale lembrar tambÚm que a bactÚria Bt estß na natureza, ela Ú perfeita e especÝfica. Voce pode ter contato ou ingestÒo desta bacteria na natureza sem qualquer problema, nÒo precisa ser oriunda de planta OGM que contÚm essas proteÝnas cristais como as Cry1ab, Cry1F, etc, pois foram muito estudadas e nÒo hß aþÒo em meio ßcido (como nossos est¶magos) e mesmo se fosse meio alcalino, nÒo hß afinidade como em muitos animais. Portanto: sÒo eliminadas por n¾s e pelos animais que as ingere. Ter presenþa destas proteÝnas no organismo, nÒo significa ter problemas de sa·de. Repito: "A natureza Ú perfeita e estamos nos beneficiando do conhecimento dela para suprir as necessidades futuras com sustentabilidade". Falo isso com convicþÒo, pois pertenþo a uma geraþÒo que passou por uso de produtos que tiveram aplicaþÒo indiscriminada de inseticidas, que contaminaram alimentos e permanecem na natureza atÚ hoje hß mais de 20 anos, como os organoclorados.
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