Até pouco tempo atrás o estudo dos comportamentos dos animais ainda era coisa desconhecida e não se costumava prestar devida atenção aos mesmos, o que ocorre hoje em dia é que passou-se a olhar de maneira diferente para esses comportamentos e a prestar mais atenção no que os animais “estão fazendo”. Isso sem dúvida nenhuma nos dá indícios claros sobre o que se passa com os animais. Estes comportamentos podem estar ligados, ou relacionados, a diversos fatores. Dentre eles os relacionados à ambiência das instalações, um exemplo disso seriam comportamentos como a aglomeração de animais nos cantos das instalações, ou encolhimento dos mesmos, que são indícios claros de estresse térmico por frio. Já o oposto, ou seja, comportamentos como animais que ficam separados e longe uns dos outros evitando contato, ou sob a sombra de árvores, podem significar uma possível ocorrência de estresse térmico por calor.
A tecnologia hoje já nos possibilita avanços significativos no que tange à exploração dos comportamentos dos animais, a dita Zootecnia de Precisão, nos proporciona ferramentas valiosas, tais como, o monitoramento animal através de câmeras de vídeo e posterior análise de imagens. Esse recurso vem agilizando as análises comportamentais e alterando a antiga prática da avaliação visual dos comportamentos dos animais feita no campo diretamente por um observador. Brincamos hoje que fazemos o “Big Brother Animal - BBA”, o que é a mais pura verdade, pois filmamos os animais por um determinado período e depois assistimos aos vídeos gravados para verificar quais foram seus comportamentos naquele período e quanto tempo durou cada uma das atividades realizadas pelos animais.
Outra tecnologia também interessante é a utilização de GPS para monitorar o comportamento dos animais soltos em grandes áreas, geralmente em pastos ou piquetes, onde a gravação de vídeo torna-se inviável devido a grande área a ser filmada. O que se faz, então, é rastrear os animais durante certo período de tempo e depois, de posse dos seus registros geográficos, têm-se condições de avaliar quais as áreas que os animais mais freqüentaram e qual a porcentagem de tempo que permaneceram em um determinado local da área demarcada. Cabe mencionar aqui um recurso que também pode ser utilizado com fim semelhante a este, que é o implante de sensores nos animais para fim de avaliação de seus comportamentos. Isso, pois o implante de sensores subcutâneos possibilita, de forma similar ao método do GPS, rastrear os animais dentro de uma determinada área ou instalação.
O que fica evidente é como o comportamento animal, se bem observado, pode nos dar indícios preciosos das condições da ambiência interna das instalações. Atenção ao que os animais “estão fazendo” e “quando estão fazendo” pode nos indicar situações de desconforto térmico por frio ou calor e uma vez que estas observações se tornarem mais fáceis, mas fácil se tornará também a detecção de problemas nos animais. Essa é uma ferramenta poderosa que não deve ser descartada nunca, afinal é a única maneira que os animais têm de nos dizer o que está se passando com eles.
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