Juliana Royo e Kamila Pitombeira 19/05/2011

O Programa de Qualidade em Equipamentos de Proteção Individual na Agricultura (Quepia), foi fundado pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) em 2006. Com o objetivo de fazer a qualidade chegar ao trabalhador e ao homem do campo de forma mais abrangente e adequada, durante a Agrishow 2011, o IAC fechou parceria com a Andef (Associação Nacional de Defensa Vegetal), Andav (Associação Nacional de Distribuidores de Insumos Agrícolas) e Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo). O evento aconteceu em Ribeirão Preto (SP), entre os dias 2 e 6 de maio.

A parceria é importante porque as instituições parceiras serão responsáveis pela coleta de amostras de vestimentas e envio para o laboratório. Segundo Amilton Humberto Ramos, diretor geral do IAC e pesquisador responsável pelo Quepia, o objetivo da parceria é ampliar a capacidade do IAC em coletar essas amostras no Brasil como um todo.

— Para nós, que temos a coordenação do grupo Quepia, é importante que o equipamento tenha sua qualidade avaliada não só no momento de registro. É necessário garantir que o produtor esteja protegido ao longo do tempo e que o equipamento que chega ao mercado seja aquele mesmo equipamento que veio ao laboratório para que nós ensaiássemos e garantíssemos a qualidade — afirma o diretor.

Para ele, o programa se tornou importante porque, até então, não existiam padrões de qualidade para vestimentas de proteção individual. Portanto, mesmo tendo um certificado de aprovação do Ministério do Trabalho, Ramos conta que não era possível garantir a segurança do aplicador. O diretor ressalta que os principais defeitos encontrados nas vestimentas e equipamentos são problemas de fabricação e não de uso incorreto, o que faz com que os testes sejam fundamentais.

— Os EPIs devem ser lavados entre 30 e 60 vezes. No primeiro ensaio feito dentro do Quepia, em 2006, já estudando essas normas de qualidade, nós avaliamos cerca de 60 materiais que compõem os EPIs no campo. Desses, 40% foram reprovados, pois não apresentavam capacidade de lavagem alguma. Até 15 lavagens feitas, menos de 20% dos materiais atendiam aos padrões de qualidade — diz Ramos.

Hoje, segundo ele, dentro de quatro anos, conseguiu-se uma evolução muito grande da qualidade desse material. O diretor afirma que, agora que se alcançou essa qualidade, o IAC está investindo, junto com os parceiros, em métodos de treinamento e divulgação da informação para que equipamentos de qualidade sejam utilizados da forma correta.

— O projeto nasceu em 2006, mas o início do estudo de normas de qualidade de EPIs nasceu em 1999. De 1999 a 2006, nós vínhamos estudando, desenvolvendo e avaliando normas. Quando tínhamos um lote daquilo que precisava ser feito, fundamos o Quepia. A ideia é fazer a qualidade chegar aos trabalhadores do campo de todo o Brasil — conclui o diretor.

Para mais informações, basta entrar em contato com o IAC através do número (19) 2137-0600.