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Kamila Pitombeira
17/05/2011
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Apresentado no dia de campo sobre mandioca, que aconteceu no dia 7 de abril, em Tanguá, Rio de Janeiro, o tema “Sistema de produção de mandioca em fileiras simples e duplas com adubação verde” corresponde a uma alternativa ao sistema de plantio da mandioca. Com o sistema, o produtor pode aproveitar áreas que antes ficariam em pousio por até seis anos. Segundo José Ronaldo Macedo, pesquisador da Embrapa Solos, as variedades de mandioca que apresentam maior produtividade no estado do Rio de Janeiro são a Quiririns e a Casca Rosa.
— A Casca Rosa é uma variedade já tradicional, muito comercializada junto com a Carioquinha. Ambas têm boa produtividade, acima de 25 toneladas por hectare. Já a Quiririns, apresenta produtividade superior a 40 toneladas por hectare — afirma.
A ideia central do encontro no dia de campo foi apresentar aos produtores o conceito do sistema de produção em fileiras duplas, que possibilita uma alternativa de rotação. O pesquisador diz que, normalmente, o produtor planta a mandioca em sistema de fileiras simples e colhe apenas uma vez, no máximo duas.
— Depois disso, ele abandona a área, deixando-a em pousio por até seis anos. Como os solos da região são arenosos, o teor de matéria orgânica praticamente acaba nesses sistemas de plantio. Como os produtores não usam adubação, no terceiro ano a produção será mínima — explica.
Macedo orienta a, em vez de deixar essa área em pousio durante seis anos, trabalhar com o sistema de fileira dupla. De acordo com o sistema de fileiras simples, as fileiras são mais apertadas, onde é plantado o aipim, com espaçamento de 70 cm entre fileiras duplas e 60 cm na linha. Já entre fileiras duplas, o espaçamento é de 2 m, onde pode ser plantada outra cultura, como leguminosas, milho e feijão, que enriquecem a área. Segundo o pesquisador, quando o produtor for colher a área com fileira dupla, já poderá produzir a muda para plantar na faixa que estava em pousio.
— Com esse sistema, o produtor ganha outra área: a fileira de 2 m. Além disso, a rotação favorece o solo. Ao colocar uma cultura no meio, o produtor passa a ter inimigos naturais na área da fileira de 2 m, que é a área de pousio do espaçamento de fileira dupla. No nosso trabalho aqui no Rio, em nenhum momento fomos obrigados a fazer nenhum tipo de controle químico, seja para pragas ou doenças, o que é bom para o trabalhador, para o meio ambiente e para quem consome o aipim — diz.
De acordo com Macedo, o sistema é indicado para toda a região Sudeste. Os únicos cuidados que o produtor deve ter em relação à cultura da mandioca é evitar terrenos de baixada que possam sofrer processos de inundação e encharcamento.
— Se isso acontecer, haverá problemas de podridão nas raízes. Além disso, saindo um pouco das áreas planas, não plantar em áreas muito declivosas, já que a mandioca tem pouca cobertura de solo, o que favoreceria os processos erosivos — orienta o pesquisador.
Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Solos através do número (21) 2179-4500.
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