Mais uma vez o governo age tarde demais. Mesmo tendo sido alertado desde novembro do ano passado, através da Câmara Setorial, que haveria concentração de oferta em Janeiro e Fevereiro, o governo somente em Março anuncia o PEP. Os produtores que venderem agora certamente terão o benefício da reação do mercado. Porém, um grande número de produtores da região Sul vendeu e perdeu no começo do ano. O resultado será uma safra da seca muito pequena. Ainda que os dados oficiais dêem conta de uma área superior ao ano passado percebe-se que isto não corresponde à realidade em virtude do aumento dos preços, que já começou.
Este tipo de inépcia custa caro à cadeia produtiva. Se de um lado busca-se recuperar o consumo e a volatilidade nos preços, ora a R$200, ora a R$60, de outro, sem dúvida prejudica tanto a produção quanto o consumo. Busca-se culpado onde não tem. Agora acusam as importações da China de feijão preto que chegarão em Maio. Ora, a que preço estará o feijão preto no mês de Maio? Certamente, se hoje já esta R$100,00 por saca posto nos pólos de consumo da região sudeste e acabamos de colher a primeira safra, teremos um preço acima deste valor até lá. Esta mercadoria irá abastecer os empacotadores, que não terão em outras regiões do Brasil oferta desta cultivar. Percebe-se então que ao contrário do comentado, o feijão chinês vem atender a uma necessidade do mercado.
O estudo de uma TEC sazonal ainda pode ser aceito, por exemplo, na época de colheita, algo entre os meses de Novembro e Março. Talvez fosse razoável. Assim, se protegeria o momento da colheita no Brasil, que tem apresentado preços abaixo do preço mínimo, e atenderia o consumidor no restante do ano, até que surja alguma política de estímulo ao plantio desta cultivar. Os produtores fora da região Sul plantam pequenas áreas de feijão preto atualmente.
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