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Cultivos racionais  
Cultivo racional: base da sustentabilidade
Práticas alternativas de manejo possibilitam um aumento da matéria orgânica e da atividade dos microrganismos do solo, equilibrando o sistema de produção
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Jeferson Antonio de Souza
20/08/2012

Quando se pensa em cultivo racional já se pensou antes em cultivo com sustentabilidade, maiores produtividades sem degradar, produtos de maior qualidade e com valor agregado, maior renda do produtor rural, melhoria do ambiente, maior satisfação do consumidor final, etc, etc, etc. Ou seja, o cultivo racional não vem sozinho e não é uma ideia que surge do nada, rodeada de imediatismo; tem que ser planejada e programada, com data de início prevista com antecedência visando obter sucesso na exploração.

  

De maneira bastante generalizada podemos dizer que o cultivo racional da terra é o centro de um triângulo, que tem nos vértices da base a matéria orgânica e a atividade de microrganismos e no topo o conjunto de práticas alternativas de manejo que possibilitam um aumento da matéria orgânica do solo e da atividade dos microrganismos, ou seja, bioativação do solo, bem como o total equilíbrio do sistema de produção.

Matéria orgânica: não há condições de manter um sistema produtivo em equilíbrio sem se pensar no componente matéria orgânica do solo. Ela, além de fornecer inúmeros nutrientes (macro e micronutrientes) equilibra o sistema, protege as plantas das adversidades do solo, como salinidade, desequilíbrio nutricional, déficit hídrico, compactação, lixiviação, etc e, proporciona às plantas maior resistência a pragas e doenças, contribuindo para uma redução nos gastos com controle fitossanitário, maior capacidade de retenção de umidade e de íons, maior trocas gasosas, maior aeração e proteção da biologia do solo, fornecendo alimento e proteção para microrganismos.

Entretanto, o ideal é adicionar matéria orgânica de origem animal e vegetal, ou seja, mesclar resíduos vegetais como restos de culturas, subprodutos de beneficiamento, adubos verdes, etc e resíduos de origem animal, como estercos, camas, subprodutos de frigoríficos e outros, visando aumentar a matéria orgânica do solo, através da adição de carbono e a atividade microbiana, através dos resíduos animais. Um destes componentes adicionado isoladamente contribui, mas o resultado final da interação dos dois tipos é indiscutível, desejável e altamente benéfica ao sistema.

Microrganismos: é facilmente perceptível que um solo manejado inadequadamente é inerte ou quase inerte, apresentando-se sem vida na camada superficial, compactado, ácido, degradado. É comum verificar que, a cada cultivo há necessidade de se aumentar a quantidade de fertilizante e de defensivos novos e mais eficazes no controle, aumentando o custo de produção com o conseqüente menor ganho do produtor rural e pior qualidade do produto fornecido ao consumidor final. Existem, inclusive, pacotes preventivos que, com a desculpa de favorecer o produtor, no caso de ocorrência da praga ou doença, acabam contaminando o ambiente, pois depois de adquirido, o(s) produto(s) será(ão) aplicado(s), mesmo sem a ocorrência da anomalia, porque tem prazo de validade e custaram caro. A maioria promove a destruição da biota do solo, reduzindo ou eliminando microrganismos benéficos ao equilíbrio do sistema. E quando nos referimos a estes produtos (defensivos agrícolas), chamando-os de “veneno” quase sofremos (nos idealistas) ataques externos de um pequeno grupo de interessados na permanência do desequilíbrio ambiental. Felizmente, a consciência de preservação é crescente e a formação de grupos conscientes em preservar já é uma realidade.

Atualmente, há muita preocupação da sociedade, ou parte dela, em “deixar” um mundo com possibilidade de vida saudável para seus descendentes, nossos filhos, netos, ... E os microrganismos governam a sanidade do planeta e são o reflexo da qualidade de vida.

Manejo alternativo: inclui todas e quaisquer práticas diferentes das atuais que degradam o ambiente (entenda-se por ambiente todo o sistema vivo, como ar, água, solo, alimentos, ...). Com a conscientização da necessidade de se cuidar da vida do planeta, várias correntes ambientalistas se formaram. Estas contribuíram e contribuem para busca de alternativas de manejo do sistema produtivo (outros sistemas também, entretanto, a matéria se refere ao sistema agrícola de produção e exploração, portanto, os demais segmentos não serão comentados) de maneira racional, preservando sempre, aproveitando o máximo possível os resíduos, contribuindo para não poluição ambiental, produzindo alimentos mais saudáveis, reciclando e recuperando materiais antes descartáveis.

São práticas que agronomicamente contribuem para aumento da capacidade de troca de cátions do solo (CTC ou t), controle de pH, aumento do teor de matéria orgânica, melhoria da aeração do solo, descompactação, equilíbrio nutricional, controle de pragas e doenças por controle biológico, redução de adubos químicos, manutenção da cobertura do solo, obtenção de produtos de melhor qualidade, menor uso de defensivos, melhor qualidade de vida, entre outros.

Em resumo, visam prolongar a vida do planeta e proporcionar aos nossos descendentes a oportunidade de uma vida melhor e suportável. É dever e obrigação de todos nos, técnicos e produtores, gestores das práticas de manejo do sistema produtivo buscar alternativas altamente preservacionistas dos recursos naturais e contribuir para uma melhoria da qualidade de vida. E, através destas ações proporcionar às futuras gerações o direito a uma vida estável e com qualidade.
 

Artigo originalmente publicado em 18/03/2011

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Ricardo leme ferreira
04/04/2011 - 14:09
Ëtimo texto Jeferson. Estamos no sÚculo 21 e jß passou da hora de darmos um basta naquele tipo de agricultura fisico/quimica perversa. Os processos fisicos, quÝmicos e biol¾gicos sÒo integrados, interdependentes. A agricultura de mÒos dadas com o meio ambiente significa melhoria da qualidade de vida do ser humano e restauraþÒo e conservaþÒo ambiental.

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