Carregando...
O laboratório mineiro MinasCotton, vinculado à Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa) é o terceiro laboratório mais preciso do mundo e o primeiro do Brasil em análise de fibras de algodão. A classificação foi emitida de acordo com aferição do International Cotton Advisory Committee (ICAC), instituição internacional responsável pelas auditorias, e que atua como árbitro no mercado mundial do algodão. A rodada de aferições foi realizada em 80 laboratórios e 127 máquinas de todo o mundo, no período de outubro a dezembro do ano passado.
O laboratório, localizado em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, é fruto dos trabalhos que vêm sendo desenvolvidos pelo Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas), coordenado pela Secretaria de Agricultura de Minas Gerais (Seapa). Segundo o superintendente de Política e Economia Agrícola da Seapa, João Ricardo Albanez, por meio do Proalminas, a indústria têxtil recebe benefícios fiscais e, em compensação, paga ao produtor 9% a mais que o preço de mercado para o algodão em pluma. “Parte desse recurso é depositado no Fundo de Desenvolvimento da Cotonicultura, que investiu na implantação do laboratório, possibilitando aos produtores aferir e melhorar a qualidade de sua produção”, explica Albanez.
Para o diretor executivo da Amipa, Lício Pena, o laboratório é o pilar tecnológico da cadeia produtiva do algodão no estado. “Enquanto a associação organiza os produtores, reúne e disponibiliza informações do setor, o laboratório apura a qualidade do algodão produzido não só em Minas, mas também de outros estados, principalmente de Goiás e São Paulo”, explica.
O equipamento avaliado pelo comitê internacional é responsável pela análise de HVI (High Volume Instrument), que são testes realizados para determinar as características como o micronaire (grossura da fibra), comprimento, resistência e níveis de cor, dentre outros. No caso específico da MinasCotton, o equipamento de análise de HVI foi importado da Índia. “Para chegarmos ao nível de precisão no funcionamento desta máquina, além da regulagem perfeita, vários outros fatores estão envolvidos, como a climatização da sala e capacitação contínua dos funcionários”, diz Lício Pena.
Inaugurado em 2006, o laboratório tem capacidade para realizar 250 mil análises por safra. Credenciado pelo Ministério da Agricultura, o Minascotton também analisa e atesta a qualidade da pluma importada de diversos países para a indústria têxtil brasileira. “É um laboratório gerenciado pelos produtores e, na medida em que a própria indústria procura nossos serviços, demonstra a confiabilidade do trabalho”, afirma o diretor da Amipa.
Os preços das análises variam entre R$ 1,50 e R$ 6,00 por amostra, dependendo do tipo e quantidade solicitada, e o produtor mineiro paga 30% menos do valor cobrado. Além da análise de HVI, o laboratório também faz testes de caramelização, que mede o nível de açúcar na pluma, análise visual e o take-up, que é a vistoria do algodão pelo comprador têxtil. “O take-up consiste na preparação dos lotes para avaliação, incluindo classificação visual padrão universal e relatório de HVI, elaborados no próprio laboratório, e a apresentação da amostra ao comprador interessado”, explica.
A pluma mineira analisada pela MinasCotton também é exportada, via tradings, para vários países como Itália, Alemanha, França, China, Paquistão, Portugal, Japão, dentre outros.
Em Minas, a produção de algodão está concentrada nas regiões Noroeste, Triângulo, Alto Paranaíba e Norte. Segundo a Amipa, a expectativa para esta safra, no estado, é de aproximadamente 47 mil toneladas de pluma, em área plantada de 32 mil hectares, um aumento de 115% em relação à safra anterior. (Márcia França)
|