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Manejo    
Ministério incentiva plantio direto na palha
Técnica enriquece solo com matéria orgânica da cultura anterior, retira gases da atmosfera, evita queimadas e erosão
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MAPA
13/01/2011

A técnica de plantio direto na palha empregada no bioma cerrado é uma das principais responsáveis pelo aumento da produção de grãos em diversos estados brasileiros. De acordo com o diretor honorário da Federação Brasileira de Plantio Direto na Palha (FEBRAPDP), Manoel Henrique Pereira, o período de estiagem deixa o solo pobre, mas o sistema permite a produção o ano inteiro e de forma sustentável, mesmo sob condições de seca.

O plantio direto melhora a produtividade das culturas porque tem como base a incorporação de matéria orgânica ao solo, que retira gás carbônico da atmosfera para nutrir as plantas e preservar a umidade. “No cerrado, é quase inviável manter a lavoura sem esse sistema quando não chove”, explica Manoel Pereira.

Além disso, a semeadura é feita na palha da cultura anterior, sem a necessidade de queima da área e de revolvimento do solo, reduzindo a liberação do dióxido de carbono (CO2) e as erosões. O plantio direto também é uma prática conservacionista, preservando a qualidade dos recursos naturais como a água. A técnica recebe o incentivo do Ministério da Agricultura por meio do programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), lançado na safra 2010/2011 para diminuir a emissão de gases de efeito estufa.

De acordo com o chefe da Divisão de Agricultura Conservacionista do ministério, Maurício Carvalho, o governo federal está estabelecendo instrumentos para a adoção de sistemas sustentáveis de agricultura, como o plantio direto na palha, integração lavoura-pecuária e a rotação de culturas. “Temos uma proposta clara colocada para a sociedade e que agora precisa de divulgação e de capacitação de técnicos, o que vai melhorar a produtividade e a sustentabilidade do sistema agrícola como um todo”, destaca.

A estimativa é de que, em dez anos, a área atual com uso da técnica de plantio direto seja ampliada em oito milhões de hectares, passando de 25 milhões para 33 milhões de hectares. Esse acréscimo vai permitir a redução da emissão de 16 a 20 milhões de toneladas de CO2 equivalentes. O programa ABC destina R$ 2 bilhões para as práticas agronômicas que permitem compatibilizar aumento da produção e proteção ao meio ambiente. (Leilane Alves) 
 

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