A incidência das cigarrinhas das raízes (Mahanarva Fimbriolata) aumentou na década de 90 devido à mudança do sistema de colheita para cana crua e a praga foi ganhando importância com o passar de cada safra. Atualmente, a cigarrinha das raízes está presente em diversas regiões, com elevadas populações no Centro-Sul e em alguns Estados do Nordeste do País, causando danos severos à produtividade e à qualidade da matéria-prima.
O clima apresenta grande influência na dinâmica populacional dessa praga, pois com o início da estação chuvosa ocorre a eclosão dos ovos, aumentando o número de indivíduos. O ciclo biológico da cigarrinha das raízes apresenta duração média de 60 dias, o que possibilita a presença de cerca de três gerações da praga a cada safra.
A espécie é encontrada com mais facilidade na cana soca, porém, em regiões com alta pressão populacional ou em áreas próximas às pastagens, pode-se encontrar a espécie até mesmo em cana planta.
O nome da praga está ligado ao seu hábito alimentar: quando jovens, se alimentam das raízes e radicelas das plantas de cana; entretanto, os danos são causados tanto pelas ninfas quanto pelas formas adultas.
Casal de cigarrinhas das raízes copulando.
As ninfas são responsáveis pela sucção de grande quantidade de água e nutrientes das raízes das plantas, e quando adultas, sugam a seiva nas folhas, extraindo material que seria utilizado para fotossíntese. Ao se alimentar, a praga libera uma saliva tóxica, que provoca necrose nos tecidos foliares e radiculares, prejudicando, assim, o desenvolvimento da cultura.
A intensidade dos danos causados pela praga depende, dentre outros fatores, do nível populacional, do estádio de desenvolvimento da cultura no momento do ataque, e do período de convivência da praga com a cultura. A cana colhida em início/meio de safra, por estar mais desenvolvida no momento em que a praga aparece, apresentará perdas menores. Já a cana colhida no final da safra estará pouco desenvolvida no início do período das chuvas, e por isso, sofrerá mais com os danos causados pela praga.
Vários pesquisadores já estudaram a influência da cigarrinha das raízes na cana-de-açúcar, e de acordo com alguns autores¹, a Mahanarva Fimbriolata pode provocar reduções de produtividade que variam de 25% a 60% na cana soca, e chegam a 11% na cana planta. A praga também provoca redução dos rendimentos industriais e perda na qualidade do produto final, o açúcar.
Canavial com 85% de perdas em produtividade devido a danos de cigarrinhas das raízes.
Existem várias estratégias para o manejo e controle dessa praga e o uso de inseticidas químicos tem se mostrado uma eficiente forma de controle. Alguns produtos, porém, começam o controle de forma efetiva somente de 15 a 20 dias após serem aplicados e para a obtenção de um manejo eficiente é necessário um rápido efeito de choque. Quanto maior o período de convivência da praga com a planta, maiores serão os danos em produtividade e qualidade da matéria-prima.
Em 2010, a Bayer CropScience trouxe sua mais nova ferramenta de manejo para o controle das cigarrinhas das raízes na cultura da cana. O inseticida Curbix conta com três grandes diferenciais: rápido efeito de choque, manutenção dos níveis de infestação da praga (sem oscilação e sem “picos” quando as condições climáticas tornam-se favoráveis à praga), além de pertencer a um novo grupo químico para controle de cigarrinhas, sendo ideal para o manejo por possui um modo de ação diferenciado. Assim, a convivência da praga com a cultura é muito menor e, consequentemente, os danos e perdas também. Se a aplicação ocorrer logo no início da primeira geração da praga, as perdas citadas deixam de ocorrer.
Referências Bibliográficas:
Dinardo-Miranda, 2000. Influência da cigarrinha-das-raízes, Mahanarva fimbriolata, sobre a qualidade tecnológica da cana-de-açúcar.
ALMEIDA, J.E.M, 2006 Resultados do controle biológico da cigarrinha da raiz da cana-de-açúcar. In: REUNIÃO ITINERANTE DE FITOSSANIDADE DO INSTITUTO BIOLÓGICO – RIFIB
PINTO, A. de S, 2006 Manejo das principais pragas da cana-de-açúcar. In: SEGATO, S.V.; PINTO, A. de S.; JENDIROBA, E.; NÓBREGA, J.C.M.
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