Com a realização do censo agropecuário em 2006 foi possível quantificar o potencial econômico e social da agricultura familiar na produção de alimentos básicos. O Censo agropecuário/2006 identificou 4,2 milhões de famílias brasileiras em que as principais atividades econômicas estão relacionadas com a produção agrícola familiar. Os dados do Censo Agropecuário/2006 registram que 87% da produção de mandioca, 70% do feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 58% do leite, 59% dos suínos, 50% das aves, 30% dos bovinos e 21% do trigo têm origem nas pequenas propriedades de administração familiar.
Apesar de ocupar uma área minoritária dos estabelecimentos agropecuários, a agricultura familiar tem um valor bruto maior de produção que a agricultura industrial, demonstrando assim que a agricultura familiar é viável para o país e que merece atenção não só no aspecto de produção , mas na forma de organização para a comercialização dos seus produtos.
O Ministério de Desenvolvimento Agrário – MDA através da Secretária da agricultura Familiar e a Coordenação Geral de Associativismo e Cooperativismo (CGAC) atua no desenvolvimento e fortalecimento do Cooperativismo Solidário, como parte fundamental dos processos de dinamização econômica dos territórios rurais.
As ações de cooperativismo têm como estratégias: fortalecimento e aperfeiçoamento desses segmentos nos diversos sistemas; formação/qualificação de gestores dos empreendimentos e de suas redes; assessoramento técnico e gerencial por intermédio das bases de serviço cooperativadas e de crédito; e ampliação do acesso à infraestrutura produtiva.
O Instituto Emater atento às novas diretrizes do associativismo e cooperativismo inicia em 2008 o Projeto de Fortalecimento das Organizações da Agricultura Familiar, em parceria com o Ministério de Desenvolvimento Agrário – MDA, Unioeste ( Universidade estadual do Oeste do Paraná ) UFPR ( Universidade Federal do Paraná, UNICAFES ( União Nacional de Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidário) e DESER ( Departamento de Estudos Sócio Econômicos Rurais com o objetivo de buscar novas perspectivas de organização e de comercialização para as cooperativas e associações do Oeste do Paraná.
Segundo o Engenheiro Agrônomo Renato Jasper – Coordenador Regional da área de Organização e Mercado, a região Oeste conta com nove organizações que estão participando do projeto, sendo que duas desde o ano de 2008 e sete a partir do ano de 2010.
A Cooperativa das Agroindústrias Familiares do Oeste do Paraná- Coperafa, que atua nos municípios de Cafelândia, Corbélia, Matelândia, Missal e Nova Aurora, e a Cooperativa da Agricultura Familiar e Solidária de Guaraniaçu- Cooafasg, estão participando desde o início e vem constatando na prática a importância deste projeto, que visa o fortalecimento das organizações da agricultura familiar, através do processo de formação continuada dos dirigentes, técnicos e gestores.
A Coperafa, apesar de ter sido constituída em 2006, a partir da participação neste projeto , vem demonstrando uma evolução significativa na organização da sua estrutura , na participação dos agricultores e na comercialização de produtos, servindo até como exemplo para outras organizações da região e do estado. A troca de experiências com outras cooperativas está sendo fundamental para a melhoria dos processos internos da cooperativa. A participação na chamada pública do Programa Nacional de Alimentação Escolar- PNAE, visando o fornecimento da alimentação para as escolas estaduais, foi a demonstração mais recente da evolução da cooperativa.
A Cooafasg iniciou no projeto como Aafamig, uma associação, mas com a participação no projeto, com a troca de experiências com as demais organizações e com a evolução da comercialização, os agricultores resolveram constituir a cooperativa, visando a legalização da comercialização e a participação em processos licitatórios dos programas governamentais.
No ano de 2010 mais sete organizações da agricultura familiar, da região, aderiram ao projeto de fortalecimento: as cooperativas Coopafi e Cooplaf, de Três Barras do Paraná , e Cooplaf de Campo Bonito; as associações Agrivel ,de Cascavel, Aafemed , de Medianeira, Aproffoz, de Foz do Iguaçu, e a Associação de Hortigranjeiros, de Santa Terezinha de Itaipu. Apesar de estarem participando há pouco tempo, estas organizações já estão desenvolvendo as suas atividades com uma visão diferente, no sentido da organização de suas estruturas e na operacionalização da comercialização.
As associações estão se preparando para , no momento adequado, constituírem cooperativas, visando legalizar os procedimentos de comercialização, abrindo a perspectiva de aumento no volume das suas operações, com novas alternativas de mercado.
Treinamento dos líderes e dirigentes das associações e cooperativas da região com Renato Jasper
Um aspecto importante da participação destas organizações no projeto de fortalecimento é a possibilidade de uma integração maior na região e a constituição de uma rede de comercialização, visando atender melhor o mercado regional, nos programas institucionais, como o Programa de Aquisição de Alimentos – PAA e o Programa Nacional de Alimentação Escolar-PNAE, como também feiras, mercados, mercearias,hotéis, restaurantes e supermercados.
O Eng Agr. Renato Jasper comenta que em virtude de todos os avanços observados e das possibilidades de mercado, que estão se apresentando, as organizações participantes do projeto de fortalecimento percebem a importância deste projeto de formação,
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