Muitas vezes por conta do desconhecimento de administradores de empresas, clubes e fazendas, não há investimento em monitoramento para a detecção e prevenção contra os raios. Situação que é bastante preocupante, já que cada vez mais aumentam os danos causados pela incidência de descargas atmosféricas no país.
Segundo dados divulgados em 2008, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), os prejuízos giram em torno de R$ 1 bilhão anuais, sendo R$ 600 milhões só no setor elétrico. Cerca de 50 milhões de raios caem anualmente no Brasil, e em média, cem pessoas morrem por ano, após serem atingidas por raios.
Já existem no país equipamentos que antecipam a ocorrência de raios e ajudam na prevenção. O Storm Tracker, por exemplo, é um deles. Ele mostra informações sobre os raios que caem dentro de uma área de 1 quilômetro. Composto por uma antena, o equipamento pode ser instalado em uma torre ou telhado. Os dados são enviados para uma placa de captura em um computador com o software do equipamento instalado, que aponta em um mapa onde ocorreram os raios.
Outro equipamento é o LD-250, que além de estimar a distância do sinal de força recebido, anuncia tanto uma descarga atmosférica próxima, quanto uma severa. Se uma descarga é detectada próxima ou excede o limite presente, o som do alarme interno recebe a informação e ativa o alarme dos computadores em um arquivo de notificação.
Já o EFM-100, faz o monitoramento num raio de 40 quilômetros. Quando o campo eletromagnético é modificado por uma descarga elétrica, o aparelho capta e manda os dados para o computador, registrando que haverá incidência de raios na região monitorada, determinando que o local está perigoso e com probabilidade de tempestade.
O aquecimento global é o principal responsável pelo aumento do número de raios em diferentes países, tanto do hemisfério Norte quanto do Sul. Segundo informações divulgadas pela Agência Espacial Norte-Americana (NASA), em um modelo climático, onde foi aplicada uma atmosfera com o dobro da concentração de dióxido de carbono (CO2) com aumento superficial de temperatura de 3°C, houve uma intensificação das correntes ascendentes em tempestades, com aumento na altitude onde os raios se formam e intensificação das tempestades, sejam de raios ou tornados. O modelo também sugeriu um possível aumento das queimadas produzidas por raios.
Informação que reafirma a necessidade do uso de tecnologias para um monitoramento constante, como prevenção contra os prejuízos e mortes que os raios podem causar.
|