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     25/11/2024            
 
 
    

 

A aquariofilia vem crescendo significativamente nas duas últimas décadas, tanto no cenário nacional como internacional. Juntamente a esse fato, há um grande aumento da demanda de peixes ornamentais, principalmente aqueles neotropicais brasileiros originários da Bacia Amazônica, como o acará disco (Symphysodon spp) e o cardinal tetra (Paracheirodon axelrodi), este último responsável por mais de 80% do volume de peixes ornamentais comercializados nessa região. Para atender a demanda mundial destes peixes de água doce, países como a Colômbia, Venezuela, Peru e Brasil capturam os animais no ambiente natural, principalmente nos rios amazônicos, através de práticas extrativistas que pode estar contribuído para o declínio das populações naturais.

A pesca seja ela de subsistência, industrial, comercial e ornamental contribui para a redução dos estoques naturais. Não se trata apenas da redução das populações de peixes, mas também nos impactos secundários causados pela atividade, como poluição, desmatamentos, assoreamentos dos rios e outros. É verdade que a pesca contribui significativamente para a economia da região onde é praticada. Mas qual o preço que a natureza paga pelos impactos? De acordo com estimativas feitas por pesquisadores, a mortalidade dos peixes ornamentais, desde a sua coleta até a venda para o consumidor final chega a 65 %. Isso se deve ao manejo inadequado, falta de informações básicas, carência de equipamentos, transporte e estocagem precários.

Como forma de minimizar os impactos proporcionados pela atividade extrativista e proteger as populações naturais, práticas sustentáveis podem ser aplicadas na produção de peixes ornamentais. Ações na cadeia extrativista e aplicação de técnicas de criação em cativeiro, reduzirão os danos ambientais tornando a atividade sustentável do ponto de vista ambiental, social, econômico e cultural. Como exemplo de sistema sustentável podemos citar a aqüicultura sustentável, que  trata da produção lucrativa de organismos aquáticos com interações harmônicas com o ambiente e populações locais. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), para que a aqüicultura produza benefícios reais e permanentes, esta terá que encontrar formas de se desenvolver, aumentando os seus rendimentos e diminuindo os seus efeitos adversos. Para tanto, será necessário identificar formas adequadas de apoio comercial e técnico, além de um cuidado especial na gestão dos recursos e na avaliação social e ecológica das regiões com potencial aqüicola. 

Algumas exigências para o desenvolvimento sustentável da aquicultura ornamental são necessários, tais como respeitar a capacidade de suporte ambiente aquático, quer seja uma grande represa ou mesmo um aquário; emprego da produção primária na alimentação dos peixes; racionalizar o uso da água e reduzir a carga de efluentes gerados na atividade; emprego de dietas de alta digestibilidade, evitando o uso de ingredientes de origem animal, principalmente a farinha de peixe, atendendo as exigências dos animais; associação com outras atividade da propriedade, como por exemplo produzir peixes em uma represa já existente no local.

A piscicultura ornamental originou-se devido a grande demanda destes peixes por parte de países Europeus, Asiáticos e pelos Estados Unidos da América, principalmente nas duas últimas décadas. No Brasil, a produção de espécies ornamentais é realizada por produtores que abastecem principalmente os mercados de São Paulo e Rio de Janeiro. Na região Nordeste, o estado do Ceará se destaca na produção de peixes ornamentais, enquanto  no sudeste as regiões de Muriaé, Grande São Paulo e Ribeirão Preto são responsáveis por esta produção. Apesar de apresentar características semelhantes ao estado vizinho, o Rio Grande do Norte apresenta pouquíssimos aquicultores dedicados a esta atividade e é abastecido por peixes provenientes de outros estados.

Quanto aos tipos de sistemas de cultivo para produção de peixes ornamentais, estes podem ser: Policultivo, onde duas ou mais espécie são criadas no mesmo ambiente, por exemplo acará-bandeira (Pterophyllum scalare) e camarão-da-amazônia (Macrobrachium amazonicum),  aproveitando melhor os recursos ali disponíveis, aumentando-se a sustentabilidade e a renda;  Sistema semi-intensivo, empregado geralmente em viveiros escavados para espécies de menor valor que precisam ser produzidas em grandes quantidades com baixo preço de custo; Sistemas intensivos, caracterizada pelo pequeno tamanho dos tanques e alto valor comercial do produto. Neste sistema ocorre maior controle sobre os fatores climáticos, predadores, exigência de alimentação externa, maior renovação de água e necessidade de aeração mecânica; A criação em gaiolas, possibilita a produção de diferentes espécies em um mesmo viveiro, ou seja, uma espécie  no viveiro onde está alojada a gaiola e outra dentro do tanque rede propriamente dito, aumentando, desta forma, a diversidade e facilitando a despesca.

Uma vez que as normas ambientais tem se tornado mais rigorosas, a administração e a eliminação dos efluentes será cada vez mais importante nas atividades de aquicultura. Desta forma, uma estratégia apropriada de manejo dos resíduos torna-se indispensável para manter a legalidade, a rentabilidade e a sustentabilidade de qualquer empreendimento.

As espécies criadas devem estar adaptadas ao local de criação, a fim de evitar possíveis enfermidades que consequentemente causarão prejuízos na produção e o manejo deve ser muito bem observado, como a utilização de alimentação adequada para cada espécie, visando minimizar os impactos causados pelo excesso de nutrientes presentes na água e o arraçoamento deve ser realizado de acordo com o apetite dos animais, evitando desperdiçar ração e degradar a qualidade da água. A aeração e circulação da água de tanques e viveiros deve ser condizente com o sistema de produção, e a utilização do efluente gerado (excretas e restos de ração) deve ser direcionada para outros fins, tais como irrigação e adubação de culturas e sistemas hidropônicos.

É totalmente possível realizar a prática da piscicultura ornamental de forma sustentável. Para isto é necessário ter planejamento, conhecimento e dedicação para se obter uma produção com alta lucratividade, geração e distribuiç&a

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zaza
16/11/2011 - 10:36
este sit ta bacana

barbara
16/11/2011 - 10:37
Ú s¾ aumentar as letras um pouquinho

M. Neto
15/11/2019 - 15:27
Lendo mais, sendo o pássaro madrugador!

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3 comentários

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