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Resíduos animais para fertilizantes organominerais |
Combinação dos restos de suínos e aves com adubos minerais viabiliza a produção de orgânicos em grande escala e evita passivos ambientais |
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O uso de resíduos agropecuários na agricultura brasileira é crescente, mas o seu uso ainda é muito limitado por causa da viabilidade de aplicação em grande escala. Para atender as necessidades nutricionais das lavouras, os produtores precisariam injetar toneladas de matéria-orgânica inviabilizando o processo. Com a adição de componentes minerais para concentrar os nutrientes, o produto se transforma em um organomineral, ganha potência e pode ser utilizado em grandes propriedades com boa logística. O pesquisador Vinícus Benites, da Embrapa Solos, foi um dos palestrantes do Dia de Campo Tecnologias e Produção de Fertilizantes a Partir de Resíduos de Suinocultura e Avicultura, que aconteceu dia 5 de outubro, em Rio Verde, Goiás, e falou sobre os desafios e perspectivas de mercado da produção de fertilizantes organominerais a partir de dejetos de suínos e aves.
A aplicação dos resíduos agropecuários começou a ser incentivado há alguns anos após a percepção de que uma grande quantidade de matéria-orgânica estava sendo jogada fora e prejudicando o meio ambiente. Os dejetos de suínos e aves, por exemplo, são altamente poluentes e podem causar graves problemas ambientais como a contaminação de rios, lagos, solos e até lençol freático. No caso dos dejetos suínos, principalmente, outro problema é a grande liberação de gases poluentes causadores do efeito estufa como o óxido nitroso, que contribui para o aquecimento global. Segundo Benites, o Brasil produz cerca de 7,8 milhões de toneladas de cama de aviário por ano e 105,6 metros cúbicos de dejetos suínos. São números impressionantes que podem ser utilizados para o benefício dos produtores. O pesquisador enxerga um mercado crescente da produção organomineral e diz os agricultores podem obter grandes vantagens com o uso destes produtos.
— O mercado de produção de fertilizantes organominerais cresce a cada ano em torno de 10%. A viabilização deste tipo de processo vem com a escala. A nível de produtor, dentro da propriedade, alguns grandes produtores integrados já têm uma escala suficiente para produzir, mas a grande maioria dos casos não. O que a gente recomenda hoje são as associações. O cliente principal para gerar demanda e instalação de indústrias são cooperativas, associações de produtores porque fica mais fácil fazer um estudo de logística para recolher este resíduo e centralizar a produção de fertilizante em um único ponto. Vai depender de alguns aspectos de logística, de disponibilidade do resíduo na região, de mercado e a que preço está chegando o fertilizante mineral nesta região. O mercado específico para dejetos de suínos e aves está engatinhando ainda, falta muita agregação de tecnologia a este processo e existe muita falta de conhecimento do próprio produtor rural em relação às características deste produto — diz Benites.
Existem diversos tipos de fertilizantes organominerais que podem ter como origem outros resíduos como o bagaço e vinhaça de cana-de-açúcar, sobras de outras culturas ou dejetos de outros animais. Existem também diferentes formas possíveis de se produzir os fertilizantes. Durante o Dia de Campo, Benites mostrou aos agricultores de Goiás a transformação de resíduos de suínos e aves através da compostagem, seguida do enriquecimento de fontes minerais, principalmente o fósforo, e o processo de granulação. O pesquisador diz que hoje a maioria dos produtos deste tipo são granulados, mas é possível que eles também sejam produzidos na forma fluida. Um aspecto importante para que Benites chama atenção é o conhecimento do material e o incentivo que o governo deveria dar a esta área da pesquisa.
— O setor organomineral cresceu um pouco à margem da ciência e a gente precisa dar um olhar mais científico a este tema, há uma grande expectativa de que com o passar do tempo a gente consiga provar o efeito aditivo desta matéria-orgânica sobre o fertilizante. Por enquanto só pelo fato de você estar promovendo a reciclagem e evitando a aplicação irregular dos resíduos reduzindo a poluição ambiental, estes fatos já justificam por si que o governo invista em políticas públicas para apoiar o setor de organominerais — ressalta Benites.
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Clique aqui, ouça a íntegra da entrevista concedida com exclusividade ao Jornal Dia de Campo e saiba mais detalhes da tecnologia. |
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Ronaldo Trecenti
07/10/2010 - 15:42
Prezado Dr. Vinicius,
ParabÚns pela sua entrevista clara e objetiva. Espero que em breve os resultados da pesquisa comprovem as suas expectativas e possamos aproveitar os resÝduos, reduzindo riscos de contaminaþÒo e custos de produþÒo, melhorando a qualidade do solo e reduzindo a dependÛncia da importaþÒo de fertilizantes
Lucas Freire Oliveira
07/10/2010 - 17:04
Venho estudando os organominerais e por saber da sua suma importÔncia utilizei um organomineral numa pequena pesquisa pr¾pria e os resultados foram alÚm da expectativa. Com certeza serß o futuro das plantaþ§es.
João Calderón
08/10/2010 - 09:32
Prezado Sr.Vinicius! + com muita satisfaþÒo que leio a matÚria. Avanþando muito com as pesquisas deste insumo (fertilizantes organominerais). Tenho a certeza que Ú chegada a ora da Agronomia dar a devida importÔncia ao tema, e observar os in·meros ganhos que se somam com este fertilizante, como custo menor, racionalidade no uso mineral, eficiÛncia agron¶mica, reposiþÒo de carbono ao solo, e outros mais. Admito que muitos jß interpretam que este fertilizante requer entendimentos biol¾gicos e geol¾gicos e nÒo simples decomposiþ§es e misturas fÝsicas. O Prof. Khiel, Edmar J., uma pessoa de referÛncia neste insumo, com trabalhos e Livros publicados a mais de 25 anos, apontava estes ganhos, e que serviram de premissas para as legislaþ§es anteriores "MAPA" (antes do Decreto 4.954, e IN25), e nÒo se contava com os avanþos da biologia, da biogeotecnologia. Faþo estas colocaþ§es, pois temos adquirido aos poucos a confianþa nestes produtos, produzidos com algumas tecnologias, a mais de 10anos, aplicados a grÒos e a diversas outras culturas, em pequenas e largas escalas, mßs sem ter atÚ entÒo, conforme comenta, profundos trabalhos de pesquisa no Brasil, o que tem sido motivo de indagaþ§es e provocado d·vidas, porÚm com estes trabalhos, como do evento em Rio Verde, de grande qualidade, potencializarß desenvolver novos produtos e processos, e levarÒo com muita brevidade o conhecimento aos agricultores. A sua aplicaþÒo e os resultados que conquistarß serß uma alavanca para o setor agrÝcola. Meus muitos anos trabalhados com este insumo, levados pelo rico conceito de ser um Fertilizante Completo (minerais + carbono), desenvolvendo produtos e engenharias de fßbricas (diversas em operaþÒo) sÒo premiados agora como este momento e com a sua conduþÒo dos trabalhos, avanþando mais e mais, permitindo colocar o Brasil no ranking dos detentores de tecnologias nesta ßrea (Fertilizantes em Base OrgÔnica). ParabÚns.
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