É sabido que as forrageiras tropicais possuem uma parede celular com menor digestibilidade devido aos elevados conteúdos de celulose, heme celulose e lignina presentes na sua composição.
A pesquisa vem trabalhando com afinco para diminuir e contornar esses entraves favorecendo uma melhor resposta pelo animal em ganho de peso e produção de leite. Investigadores como Jose Oscar Sierra Posada e Carlos E. Lascano da Colômbia têm trabalhado muito os conceitos de diversidade nas pastagens e conseguido um grande avanço na resposta das forrageiras e dos animais dentro desse novo universo em equilíbrio. Oscar Sierra em suas investigações tem observado o muito que a diversidade tem contribuído para melhora das respostas de plantas e animais nas questões nutricionais e desempenho das bactérias ruminais. Vemos que esses mestres, andam trilhando caminhos alternativos com respostas bem efetivas. Sugere Sierra e Lascano que a aplicação de medidas corretivas nos solos e nas pastagens tropicais pode melhorar muito o desempenho animal o que nós, Extensionistas, temos a obrigação de colocar em teste e provas no campo com os produtores rurais. A execução de ensaios comparativos nas propriedades rurais para verificação das reais possibilidades de adoção dessas práticas é o ponto principal do programa. O fato é que uma pastagem que apresente uma leitura de 3 a 5 graus brix não produzira níveis de ácidos graxos voláteis no rumem suficientes para gerar ganhos de peso ao animal que a consuma. Já fazem mais de cinco anos que tive contato com essas inovações e venho a partir daí conversando com os produtores em suas propriedades e durante as nossas reuniões. Solicitando que realizem essas provas para verificação da sua aplicabilidade. Estou certo que após essas comparações poderemos chegar a resultados muito animadores. Seria importante que aqui no Brasil, os órgãos de pesquisa e as Universidades também colocassem a prova essa metodologia e avaliassem cientificamente as respostas para melhor informação e segurança de nossos produtores.
Sabemos que as plantas de clima temperado possuem uma melhor digestibilidade e um suco celular mais rico em açucares o que lhes confere um nível de energia mais alto. O que temos sugerido aos agricultores para a melhora e elevação desses níveis de energia nas pastagens tropicais é um procedimento bastante simples, porém que pode trazer grandes benefícios e avanços no processo corretivo. O procedimento sugerido é o seguinte:
1 – Entrar no piquete escolhido entre 2 e 4 h da tarde, sair ao azar ziguezagueando e coletar amostras das folhas intermediárias. Cortar essas folhas com uma tesoura, colocar o material picado em um espremedor de suco de limão, extrair duas a três gotas e pingá-las sobre a lente do refratômetro e efetuar a sua leitura. Se durante a leitura efetuada, o resultado observado, apresentar menos de 5 graus brix, essa pastagem possui um baixo nível de energia.
2 - O procedimento seguinte é efetuar a coleta das amostras desse piquete em número mínimo de 20 pontos acumulando cerca de 200 a 300 gramas de folhas, colocando-as em um saco de papel, para serem encaminhadas a um laboratório de análise bromatológica.
3 – Feitas a análises, verifica-se os pontos em desequilíbrio e formula-se um adubo foliar que seja quelatizado para uma rápida absorção e aplica-se na pastagem 4 a 5 dias antes de entrar com os animais no pastoreio. Com essa tecnologia, se consegue subir o conteúdo de açúcar de 5º para mais de 10º e podendo chegar a até 15 graus brix.
A aplicação dessa correção tem demonstrado uma melhora acentuada nas propriedades que se dispuseram a fazê-la chegando a obter ganhos de peso diários acima de 100 gramas por animal e acréscimos na produção leiteira superiores a 1 kg/ dia/animal.
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