O modelo de desenvolvimento, adotado na região Oeste do Paraná em décadas anteriores, traçou um caminho capaz de permitir um avanço rápido na modernização da agricultura e acelerou a transferência da mão de obra rural para o setor urbano. Essa modernização também influenciou as relações de trabalho e de produção passando a agricultura de estilo artesanal para agricultura industrializada e com ênfase em produtos para a exportação, transformando a agricultura diversificada em agricultura de monocultura. Aliado a este cenário encontramos na região oeste agricultores familiares, com uma família numerosa, em pequenas áreas de terra e com a prática da monocultura. Essa prática resulta em trabalho somente para uma pessoa e com renda uma vez por ano.
A grande questão é como essas famílias conseguem sobreviver? Com um olhar mais atento os extensionistas do Instituto Emater perceberam no final da década de 90 que uma grande maioria dessas famílias produzem frutas, verduras, mandioca, queijo, salame, bolachas e outros produtos para o consumo e o excedente comercializavam na Sede do município. Por outro lado perceberam que muitas mulheres e jovens nos momentos de lazer e descanso confeccionavam artesanatos em geral com o objetivo de enfeitar a casa ou para dar de presente. Assim, surgem as Feiras Municipais para comercializar os produtos coloniais e os artesanatos. Desse período até 2005 a preocupação da extensão rural oficial foi de aprimorar a qualidade dos produtos coloniais e do artesanato através de cursos, principalmente em parceria com as Prefeituras Municipais.
Atualmente a produção de artesanato permite a mulher e jovem rural colaborar nas atividades da propriedade rural e nos momentos de folga produzir peças de artesanato, que são comercializadas no mercado local obtendo uma renda extra mensal que varia de R$ 50,00 a 300,00 para auxiliar no custeio da família rural. Pode-se colocar que essa renda é mínima, mas para as famílias do meio rural esse valor faz a diferença no momento de comprar um calçado para o filho, de pagar a conta da luz, comprar um medicamento ou até mesmo um brinco, ou relógio, ou uma blusa, pois esse recurso não sai do orçamento da propriedade.
Além de proporcionar a renda, essa atividade vem se destacando devido a nova tendência do consumidor urbano em procurar peças originais e diferentes e para isso se faz necessário repensar a produção do artesanato, procurando diversificar , melhorar a qualidade e a organização para a comercialização. Pensando nesse nicho de mercado o Instituto Emater e a Associação das Primeiras Damas do Oeste – ADAMOP,iniciaram em conjunto com as organizações das mulheres um processo de organização, realização de oficinas para aprimorar as técnicas de artesanato e a realização de Feiras Municipais, Regionais como um espaço para comercialização das peças.
Desse movimento surgiu a necessidade de elaborar um manual de organização para as Mulheres empreendedoras do Oeste do Paraná através de Oficinas municipais, microrregionais e regional e dessa forma partir para buscar mercados interestaduais. A presidente da ADAMOP, Sra Lismari Fontana acredita na promoção da integração entre os grupos de mulheres dos diversos municípios como forma de aprender novas técnicas de artesanato, investir em diferentes formas de comercialização e primar pela qualidade das peças artesanais produzidas.
Amostra dos artesanatos durante os encontros microrregionais/ junho de 2010
Amostra dos artesanatos durante encontro regional, em Cascavel/ setembro de 2010
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