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Uma tecnologia simples que utiliza energia solar, umidade do solo e plástico agrícola é capaz de acabar com os problemas de patógenos nas lavouras. É o que garante o pesquisador José Ângelo Rebelo, da Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina). A tecnologia deve ser aplicada na preparação do solo somente durante o verão e em um período em que haja 30 dias de sol corrido, o que normalmente acontece no mês de janeiro.
O produtor deve revolver o solo em até 25 centímetros e ir molhando a terra para que ela fique completamente umedecida, mas sem exagero. Depois, basta cobrir o solo com plástico transparente agrícola e esperar a temperatura subir. Com o calor dos dias seguidos de sol e a terra umedecida, a temperatura pode chegar aos 58ºC a céu aberto e passar os 60ºC em estufa com cortina. Com isso, são eliminados os patógenos presentes no solo desde nematóides, fungos, bactérias, insetos-praga, vírus e plantas daninhas. Para que a técnica dê certo, os produtores precisam estar atentos a alguns cuidados no manejo.
— A solarização só funciona no verão, com 30 dias seguidos de sol e com solo umedecido a uma profundidade de até 25 centímetros. É preciso que seja utilizado um plástico agrícola adequado com tratamento anti-UV. Se o mês não tiver sido todo de dias ensolarados, o produtor deve prorrogar a permanência do plástico no solo. Se não for um plástico agrícola adequado, ele será consumido pelo sol e deixa de ter o efeito. As bordas são presas com terra que o agricultor puxa pra cima da borda — explica Rebelo.
A solarização deve ser feita na fase de preparação do solo, antes do plantio e da adubação. O mais indicado é que ela seja feita quando o produtor for iniciar uma nova estufa ou plantar em uma nova área. A técnica não precisa ser repetida todo verão, ela deve ser refeita apenas quando o produtor notar que está começando a haver nova incidência de pragas ou doenças, por isso é fundamental que seja feito um monitoramento da cultura. Se a técnica for bem executada, o solo pode ficar anos sem a presença de patógenos que danifiquem o plantio.
— É preciso que o solo seja revolvido com arados e até discos, mas a própria pá funciona. O solo não precisa ser gradeado, apenas virado. O solo deve ser umedecido na sua capacidade de campo, ou seja, pegando um pouco de solo nas mãos e apertando entre os dedos a água não pode verter porque é demais, mas por outro lado a terra amassada não pode quebrar porque senão é de menos. A terra deve estar molhada de forma uniforme e não só na superfície, então é preciso molhar devagar. Isso é muito importante porque se não houver umidade não há efeito sobre os patógenos — alerta.
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