Diagnosticar o problema e as conseqüências para população deve ser o primeiro passo. No entanto, se ficar apenas no discurso o brasileiro continuará jogando sua saúde no balcão do trash food. Outro aspecto do mesmo problema está no aumento do consumo de óleos vegetais além de qualquer bom senso. São as frituras em casa, tomando conta da mesa, matando rapidamente a fome e, lentamente, o consumidor. Campanhas para mudança de hábitos e resgate de bons hábitos alimentares precisam ser perenes para surtir o efeito pretendido. Devemos começar lá com as crianças na escola, passando pelos formadores de opinião - estes, certamente são os tipos populares da TV.
A responsabilidade das telenovelas não pode ser minimizada. Elas tem sua dose de culpa pelo ponto em que chegamos na queda do consumo do feijão. Quando ele aparece em horário nobre é sobre uma mesa onde uma abnegada dona de casa fica tarde da noite escolhendo o feijão como uma condenada. Onde está o feijão que já vem escolhido e limpo que cozinha rapidamente? Onde está o pacote de feijão pronto que aquecido no microondas vai direto para mesa? Esta reflexão é apenas um exemplo de até onde precisa chegar uma campanha que vise resgatar o nosso feijão.
Queremos holofotes em cima do fato de que famosos consomem feijão e sempre declaram isto quando perguntados. Precisamos destacar isto na mídia. As crianças precisam ver que seus herois do futebol, da natação, do tênis, consomem feijão. Qual celebridade vai se negar a declarar para o bem de milhões de brasileiros consumidores e outro tanto de produtores que o feijão faz parte de sua dieta? Qual nutricionista vai se negar a declarar a importância desta leguminosa para o equilíbrio alimentar dos seres humanos?
Cardiologistas e oncologistas também podem entrar nesta cruzada. Afinal, este carismático produto jamais teve a atenção que merece. Não se pode desanimar com os números negativos apresentados, mas sim ver o lado bom e levar em conta que, mesmo sem nunca ter havido uma campanha bem trabalhada, o consumo de feijão detém, ainda, números invejáveis.
Temos um apelo que não existe em outros produtos. Um conceito unânime. Conseguimos imaginar alguém defendendo a importância do hambúrguer ou de uma pizza para a saúde? O máximo que podem afirmar é que contem menos disso ou daquilo, mas jamais terão o apelo magnífico do feijão.
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