Cultivo racional pode ser definido como um sistema de cultivo onde se preserva os recursos naturais, se aproveita todo e qualquer resíduo orgânico ou restos de culturas gerados, não polui nem degrada o meio ambiente e ainda proporciona ao produtor rural um aumento do lucro e a produção de produtos de boa qualidade. O aumento do lucro pode estar relacionado à redução no custo de produção, que pode ser conseguido pela adoção de manejo alternativo.
Neste aspecto o sistema de cultivo orgânico é um bom exemplo de cultivo racional, e atualmente está em alta pela crescente demanda de alimentos com menor uso de agrotóxicos. E o avanço das tecnologias propicia produções maiores e com preços mais acessíveis ao consumidor. O que não fica muito claro com relação aos preços de produtos orgânicos (mais elevados) é o chamado “valor agregado”, que na verdade poderia ser referido como o não uso de agrotóxicos. Mas esta justificativa não procede, pois porque deveria pagar mais caro para consumir sem agrotóxicos? Será que não podemos usar produtos de boa qualidade e descontaminados com preços bons? Na verdade, parece que o rótulo “sem agrotóxicos” encarece os produtos. E o pior é que, se assistimos a uma apresentação em uma reunião técnica, congresso, etc, cansamos de ouvir dos palestrantes que tal tecnologia “alternativa” contribui para baixar o custo de produção. Mas como e porque então os produtos são mais caros? Daqui a pouco vão usar o termo “cultivo racional” para aumentar o preço de determinado produto, que foi produzido sem poluir ou sem degradar.
Um manejo alternativo para redução dos custos de produção é a manutenção da cobertura do solo nas entrelinhas, ou a utilização de restos de culturas ou resíduos agrícolas como fertilizantes, ou o controle biológico de pragas. Atualmente, muitas fontes alternativas estão disponíveis, mas todas visam uma considerável melhora na biologia do solo que, sem dúvida governa a influência do solo sobre os cultivos. Um solo degradado não tem vida e sua flora microbiana inexiste. Nestas condições apenas adubação convencional não é suficiente para se obter boas produtividades.
O cultivo racional visa um aumento no teor de matéria orgânica que, possibilita melhores condições físicas, químicas e biológicas. Com aumento da capacidade de retenção de cátions, pelo aumento da matéria orgânica se preserva o solo, o subsolo e o lençol freático através da redução das possibilidades de lixiviação. Também se dá condições do estabelecimento de microrganismos decompositores de restos vegetais e mantenedores da vida do solo.
De maneira geral, para aumentar em 1% o teor de matéria orgânica do solo há necessidade de adicionar cerca de 60 toneladas de material orgânico, como esterco, por exemplo. Entretanto, lançando-se mão de tecnologia, pode-se aumentar a matéria orgânica do solo aplicando-se ácidos orgânicos. Por serem mais concentrados fazem mais efeito que aplicação de matéria orgânica bruta. Atualmente existem muitos fertilizantes cujos componentes encontram-se associados a ácidos húmicos e fúlvicos e, quando utilizados causam efeito benéfico e altamente favorável ao solo e às culturas.
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