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Os macronutrientes são consumidos em maior quantidade pelas plantas e, por isso, têm sua grande importância reconhecida. No entanto, os micronutrientes, que são absorvidos em menores doses, são fundamentais para o bom desenvolvimento das culturas e podem influenciar expressivamente a produção. Pesquisas com os micronutrientes da cana-de-açúcar mostram que, em média, eles podem elevar a produtividade em 10%, se forem bem aplicados. O zinco, por exemplo, pode aumentar a produção em 17%.
Entre os temas do IV Seminário Ambicana, que acontece dia 18 de agosto, no Instituto Agronômico de Campinas, no Estado de São Paulo, será discutida a importância dos micronutrientes para a cana-de-açúcar. O engenheiro agrônomo e doutor em solos e nutrição de plantas Estevão Vicari Mellis, pesquisador do Centro de Solos e Recursos Agroambientais do IAC, vai falar sobre os recentes resultados de pesquisa sobre o assunto, as dificuldades encontradas até agora e vai ensinar os produtores a identificarem a deficiência dos elementos na plantação de cana.
— Os principais micronutrientes da cana-de-açúcar são o boro, cobre, manganês, zinco e molibdênio. Instalamos em 2006, 15 experimentos espalhados pelo Estado de SP em diferentes regiões produtoras de cana com baixa fertilidade do solo, em que a deficiência de micronutrientes seria mais evidente e pelos resultados que temos até então verificamos que a aplicação dos micronutrienes pode aumentar significativamente a produtividade da cana. Obtivemos um aumento de cerca de 17% a mais na produção de cana com a aplicação de zinco. A aplicação de micronutrientes no plantio da cana tem refletido também nas soqueiras com aumento em média de 10% na produção da cana — anuncia Mellis.
Segundo o especialista, os estudos sobre os micronutrientes da cana-de-açúcar são recentes, cerca de 5 anos, porque antes não de dava o devido valor a este segmento da nutrição da cultura. Por causa dos poucos experimentos e poucas informações científicas históricas, os pesquisadores ainda estão tentando descobrir exatamente a quantidade ideal de cada micronutriente que deve ser aplicada à cana para começar a fazer a recomendação aos produtores e obter resultados ainda mais positivos em campo. Enquanto estes números ainda não forem precisamente divulgados, a recomendação aos agricultores é que seja feito o monitoramento constante da necessidade das lavouras através das análises de solo e foliar porque só desta forma é possível saber qual é a demanda da planta por micronutrientes.
— Os estudos com micronutrientes na cana ainda são escassos, e pelos resultados em áreas de expansão e baixa fertilidade do solo, com solos arenosos, a utilização destes elementos na adubação é algo que pode elevar consideravelmente a produção de cana no Brasil aumentando a eficiência por área e diminuindo a necessidade de expansão em novas áreas, o que tornará a produção de cana ainda mais sustentável no país — ressalta.
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