Atualmente, o Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo. Segundo o Anualpec 2009 o rebanho brasileiro é composto por 173,2 milhões de cabeças, um grande potencial produtivo que é prejudicado todos os anos pelas parasitoses e pelas falhas na estratégia de combate e controle. De acordo com o Anualpec 2009 o rebanho brasileiro é composto por 173,2 milhões de cabeças, um grande potencial produtivo que é prejudicado todos os anos pelas parasitoses e pelas falhas na estratégia de combate e controle.
No mundo, estima-se que cerca de 10 milhões de cabeças morram por causa das verminoses. Em categorias mais jovens, os índices de mortalidade podem chegar a 10%. Em função das condições climáticas, o rebanho brasileiro em sua grande maioria, sofre com a infestação parasitária durante todo o ano e mais intensamente no período da seca (inverno). Portanto, a eliminação total destes endoparasitas é praticamente impossível, devido a sua capacidade de multiplicação e adaptação ao meio ambiente.
Os efeitos dos vermes sobre os bovinos dependem da espécie e do grau de infecção, e este por sua vez, depende de diversos fatores, tais como as condições climáticas, raça, idade do animal e o tipo de pastagem. De maneira geral, as verminoses reduzem a absorção e prejudicam a utilização do alimento (síndrome da má absorção), destroem o revestimento e a estrutura do local parasitado e eventualmente podem causar a morte.
PREJUÍZOS
Os animais parasitados apresentam baixo desempenho produtivo, podem apresentar redução anual no ganho de peso em 30 kg na média, podendo a perda variar de 18kg a 45kg. Os animais da desmama, a recria e as vacas no pré-parto, são as categorias mais sensíveis as verminoses. Os animais parasitados apresentam atraso no crescimento (redução do ganho de peso até a desmama em até 10%), significando animais mais leves ou atrasando a idade de desmama. Este atraso reflete-se ainda na redução da fertilidade (12% a menos no número de bezerros), podendo levar ainda a infecções secundárias por bactérias.
Um animal parasitado por vermes redondos, por exemplo, chega a perder cerca de 250ml de sangue diariamente, levando o animal a anemia severa. Os vermes intestinais provocam enterites e diarréias, levando a desidratação e fraqueza, vermes nos pulmões desencadeiam “pneumonia” (bronquite parasitária), a cisticercose bovina (enfermidade considerada zoonose) não causa sinais clínicos que comprometam a produção ou saúde dos animais, mas seu impacto é direto no abate, pois quando encontrada na carne é descontado do pecuarista em média 30% do valor que seria pago pelo animal.
No caso da Fascíola hepática (baratinha do fígado), restrita a algumas regiões do país, há principalmente prejuízos econômicos, pelo descarte do fígado. Estes prejuízos estão relacionados às lesões no fígado e ductos biliares podendo provocar anemia, abscessos hepáticos e outras alterações metabólicas, mas raramente provoca sintomas evidentes nos animais.
A aplicação de vermífugos se constitui na principal arma de combate aos helmintos. O impacto econômico destas parasitoses sobre os rebanhos, têm levado a indústria de saúde animal às exaustivas pesquisas e desenvolvimento de novas moléculas antiparasitárias. Avanços significativos neste setor têm colocado à disposição da pecuária bovina, modernos endectocidas, que se caracterizam pelo amplo espectro de ação (atuam em parasitas internos e externos), liberação programada e ação prolongada no organismo animal.
TRATAMENTO
A utilização de endectocidas e vermífugos são extremamente eficazes na eliminação e controle das verminoses. Tão importante quanto o produto de boa qualidade é a estratégia de controle parasitário e deve ser adotado na época do ano mais oportuna (o inverno) quando as quantidades de vermes nos animais são maiores do que nas pastagens, sendo mais eficiente o tratamento dos animais neste período, reduzindo a infestação nos pastos. A maneira mais adequada para a prevenção das verminoses é o controle estratégico, preconizado por renomadas instituições de pesquisa como a Embrapa. Os tratamentos concentram-se em períodos pré-determinados (início, meio e final da seca) que na maioria das regiões brasileiras coincide com os meses de maio, julho e setembro, lembrando que a vermifugação no final da seca e início das águas também poderá ocorrer em novembro, conciliando desta maneira, com a vacinação do rebanho contra a febre aftosa.
Em animais jovens, recomenda-se a vermifugação com Sulfóxido de Albendazole oral a cada 60 dias. Para os animais que serão desmamados e fêmeas de reposição, pode-se adotar o controle estratégico.
Recomendações de Tratamento por Categoria Animal:
Nascimento: uma dose de ivermectina 1%.
Até desmama: Três doses de vermífugo oral com intervalo de 60 dias.
Desmama até 30 meses: maio-julho-setembro ou novembro.
Fêmeas prenhes: vermifugar 60 dias antes do parto.
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