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A recuperação da atividade econômica do Brasil implica em ascensão social de milhares da famílias que pertenciam a uma classe que, Brasil a fora, raras vezes tinham um prato completo com arroz, feijão, legumes e carne. Quando muito tinham farinha de mandioca com água. Este fenômeno é pouco comentado em nosso mercado.
Isto ocorre em função de que existem milhares de marcas que aparecem e desaparecem. O Ministério da Agricultura está iniciando um levantamento das empresas que empacotam alimentos e, em algum momento, teremos noção das empresas envolvidas neste segmento. Como o Ministério da Saúde identificou uma queda de 6,1% nos últimos 6 anos.
Agora, estuda-se uma campanha de incentivo ao consumo. Mas vamos gastar milhões para incentivar a consumir o feijão carioca? Certamente não faz sentido. Se sobra, vale R$ 30 se falta não pode ser importado. Esta cultivar certamente durante décadas a frente ainda terá uma enorme importância e um grande consumo no Brasil. A questão é: vamos investir em divulgar em diversos países o feijão carioca ou seria mais inteligente buscar comunicar ao brasileiro as vantagens de consumir o feijão paulistinha (pinto beans)?
A vantagem de tomar este caminho no Brasil são facilmente percebidas. O brasileiro prefere um feijão de tamanho grande, peneira 12 acima. O paulistinha agrada e muito neste quesito e o sabor é o mesmo do carioca. Hoje, o feijão carioca custa cerca de US$ 1.200 por tonelada posto São Paulo, e um paulistinha facilmente importável do Chile, Canadá e Estados Unidos. Por exemplo, chegaria por US$ 900 por tonelada ao Brasil. Ele não imperita a valorização do carioca em algum grau, mas sem dúvida irá atender parte da demanda, diminuindo assim o desestímulo óbvio da super valorização, que tem ocorrido cada vez com mais frequência.
Em recente visita ao Instituto Brasileiro do Feijão (Ibrafe) representantes do National Dry Bean Council (NDBC) - órgão encarregado da gestão do mercado de feijões dos Estados Unidos - ouviram atentamente a proposta do Ibrafe para desenvolver uma campanha incentivo ao consumo de fejões paulistinha em detrimento ao feijão carioca. A ideia é desenvolver uma ação conjunta entre Ibrafe e NDBC com apoio dos Ministérios brasileiros da Agricultura e da Saúde, que incentive a comercialização de feijões paulistinha não somente em épocas de crise de abastecimento e sim como estratégia de abastecimento.
Certamente não dependeríamos todo o tempo de importações pois nossos produtores podem facilmente produzir esta cultivar,inclusive com vantagens comparativas sobre o carioca. Os produtores consultados tem manifestado total apoio a esta iniciativa pois esta variedade terá, assim como hoje tem p feijão caupi, mercado certo quando os preços estiverem abaixo do mínimo.
Para o governo é a luz no fim do túnel, pois sempre que existe sobra de oferta espera-se que o governo garanta o preço mínimo cumprindo a lei e comprando toda produção excedente. Logo após, quando o governo vai ao mercado vender este produto ele perdeu cor e consequentemente precisa ser vendido com deságio de 30 ou 40% sobre o preço mínimo. Seria então possível usar instrumentos tradicionais disponíveis como Prêmio para Ecoamento de Produtos (PEP) ou Premio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro).
A segurança alimentar do Brasil depende de o mais rapidamente possível tomarmos este caminho. Precisamos agora que existe um consenso sobre a viabilidade desta estratégia implementá-la. Já ultrapassamos a fase da discussão se é ou não interessante e, agora, temos que partir para ação. Envolva-se neste projeto.
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