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O reaproveitamento do resíduo líquido do descascamento do café pode suprir a necessidade de nutrientes e matéria orgânica em outros cultivos, diminuindo os custos com aplicações de fertilizantes minerais. Conduzidos pela Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) em parceria com a Embrapa, os experimentos com a destinação alternativa serão observados em cafezais. A expectativa é que em dois anos seja comprovada a viabilidade da técnica, simplificando o processo com a utilização do próprio sistema de irrigação dessas lavouras para distribuir a água residuária.
Pesquisador da área de solo e nutrição de plantas do Incaper, Luis Carlos Prezotti explica que esse tipo de beneficiamento se justifica pela secagem dos frutos e qualidade cafeeira. Composta de água e polpa, encontrada entre a casca e o grão do café, a mistura resultante não pode ser despejada nos corpos hídricos. A exemplo de qualquer produto orgânico e nutritivo, esse descarte direto favorece o desenvolvimento de algas, que consomem o oxigênio dissolvido, atingindo diretamente a flora e a fauna local.
— Aqui no Estado, há uma resolução proibitiva da prática pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Atualmente, os produtores lançam essa água em lagoas de deposição. Existe a exigência de se bombear essa água para os locais mais elevados da propriedade, nos topos dos morros, de modo que seja absorvida pelo solo sem contaminar os lençóis freáticos — comenta.
Prezotti menciona a elaboração de uma publicação com os resultados parciais obtidos até o momento. Ele cita o acréscimo triplo da quantidade usual de biomassa nos trabalhos preliminares com milho em casa de vegetação, além da comprovada atuação satisfatória da substância nos experimentos com alface.
Reportagem exclusiva originalmente publicada em 21/07/2010
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