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As rações para camarão são compostas principalmente de produtos derivados de ingredientes marinhos como farinha e óleo de peixe, que são ricos em aminoácidos. O problema é que estes ingredientes estão ficando cada vez mais raros no mercado e começam a limitar a produção destas rações. Com isso, as indústrias de ração de camarão estão substituindo os alimentos marinhos por subprodutos da agroindústria como farelo de soja, de algodão, farinha de carne, farinha de pena e estão acrescentando óleos e aminoácidos a estas misturas para que o valor nutritivo dos alimentos não seja perdido.
— O maior benefício é o de sustentabilidade, só que ocorre ao longo do tempo. O que vai acontecer com isso é que a gente não limita a produção de pescados no mundo, se a gente considerar que precisa de 20% de farinha de peixe para fazer ração para camarão, a minha capacidade de produzir ração pra camarão fica limitada à produção de farinha de peixe. Quando a gente consegue deixar essa dependência de farinha e óleo de pescado e migra para subproduto de grão e da agroindústria, o horizonte passa a ser ilimitado. Eu não consigo tirar a farinha de peixe e substituir por um único ingrediente, mas quando eu uso um mix dos outros ingredientes aproveitando as características de cada um é como se pegasse estes ingredientes e formulasse uma coisa parecida como a farinha de peixe — ensina João Manoel Cordeiro Alves, gerente de produtos para a aquacultura da empresa Guabi.
Alves é um dos palestrantes do VII Simpósio Internacional de Carcinicultura, que acontece do dia 7 a 10 de junho durante a Feira Nacional do Camarão, a Fenacam 2010, em Natal, Rio Grande do Norte. Ele vai falar sobre os avanços na nutrição de camarões e explicar porque a substituições de produtos marinhos é necessária. Alves diz que os preços do farelo de peixe aumentam muito a cada ano, mais de 20% ao ano em dólar. Apesar destes novos ingredientes da ração do camarão precisarem de alguns ajustes para que a substituição seja maior, os benefícios ainda são grandes. Além de possibilitar maior expansão do mercado de carcinicultura (cultura do camarão) no Brasil, os custos cairiam 5% com a modificação dos produtos.
— Os produtos de origem marinha representavam 27% do peso da ração de camarão até 2005. Hoje, essa quantidade já diminuiu para 18% e a tendência é diminuir ainda mais. O benefício imediato é o econômico, porque os preços de farinha de peixe são astronômicos. Eles têm subido mais de 20% ao ano em dólar. É muito mais barato eu corrigir a farinha de soja com aminoácido sintético do que usar a farinha de peixe, que é rica em aminoácidos. Ou seja, é mais barato a gente fabricar na indústria essa farinha de peixe. Mas o principal benefício é a sustentabilidade. É importante que a gente não dê limites para o aumento da produção de pescado. Temos que desenvolver ainda na questão da palatabilidade e no processamento destas rações — explica.
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