Na coluna deste mês, gostaria de destacar a visão do engenheiro florestal Anderson Pezzatto, do Instituto Emater, sobre o cultivo florestal como opção de renda para o agricultor familiar. Pezzatto chama a atenção para o fato de que o cultivo florestal pode, sim, despontar como uma importante e promissora atividade a ser incorporada nas propriedades rurais do Oeste do Paraná e crescem como uma alternativa, capaz de conciliar a geração de renda e a oportunidade de trabalho com a conservação ambiental.
Num momento onde o mundo inteiro discute as formas de preservar o meio ambiente e atenuar os efeitos adversos do clima, os cultivos florestais surgem como uma importante ferramenta de preservação aliada à produção, constituindo uma das formas mais viáveis de fixação do gás carbônico, um dos principais gases de efeito estufa.
A possibilidade de integrar os sistemas produtivos, através das agroflorestas, associando floresta com agricultura (agrossilvicultura) e pecuária (silvipastoril), permite produzir matéria prima de base florestal casada com a produção de alimento. Não obstante, há a possibilidade de restauração das áreas de reserva legal com espécies exóticas, como noz-pecã, eucaliptos, entre outras, permitindo a exploração econômica desses espaços ao mesmo tempo em que o produtor rural atende à legislação ambiental vigente.
Ainda merece menção a possibilidade do plantio e exploração comercial de espécies florestais nativas de nossa flora. Tal normatização representa um grande avanço, pois possibilita aos agricultores agregarem valor à matéria prima de base florestal através de um produto diferenciado. Nossos estudos apontam a implantação no Oeste do Paraná de cerca de três mil hectares de cultivos florestais no ano de 2009, sendo o Eucalyptus o principal gênero plantado.
Embora se tenha observado um crescente aumento na destinação de áreas para cultivos florestais nos últimos anos, a oferta dessa matéria prima está aquém da demanda regional, o que tem provocado uma importação de madeira e seus produtos de outras regiões do Estado, de outros Estados e até de outros países do Mercosul. Apesar de o principal destino da madeira produzida no oeste paranaense ainda ser a geração de energia, observa-se também uma tendência a mudança desse cenário.
O aumento da demanda por madeira para diferentes fins, como construção civil, serraria, decoração, entre outros, tem levado os produtores rurais a implantarem cultivos florestais objetivando mercados diferenciados, o que provoca a adoção de técnicas de manejo silviculturais específicos.
O Instituto Emater, tem desenvolvido trabalhos procurando mostrar aos agricultores, em especial os agricultores familiares, não só que os cultivos florestais apresentam-se como uma ótima alternativa de produção, seja de forma homogênea ou consorciada com outras culturas, ou ainda em processos de recuperação de reservas legais, mas que a condução correta dos cultivos permite uma agregação maior de renda, melhorando a qualidade de vida e possibilitando uma maior inclusão social, como acredita Anderson Pezzatto.
|