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Milho e soja: produtores do Sul podem economizar até 50% em aplicação de fósforo
Correção progressiva torna solos suficientemente adubados e permite aplicações em menor quantidade
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Juliana Royo
12/05/2010

O fósforo é um nutriente fundamental em várias culturas como a soja e o milho, muito populares no Brasil. Sem o nutriente, estas culturas não conseguem se desenvolver e a produtividade delas está diretamente ligada à quantidade de fósforo presente no solo. Como as terras brasileiras sempre foram muito pobres em fósforo, os agricultores se acostumaram a aplicar grandes quantidades do nutriente a cada safra. Só que, com o passar dos anos, as seguidas aplicações resultaram em um solo corrigido e mais bem preparado e o que se recomenda hoje, nas regiões ao Sul do País, é que os produtores façam análises de solo para saberem a real necessidade das suas terras e perceberem que podem aplicar o nutriente em uma quantidade muito menor do que a maioria pensa.

A empresa Conplant fez um estudo, encomendado pela Agrisus (Fundação Agricultura Sustentável), para analisar o nível de fósforo em diversos pontos do território nacional onde se cultiva milho e soja. As amostras foram coletadas durante o Rally da Safra 2009, em 1.171 locais das cinco regiões do Brasil, em duas profundidades diferentes, de zero a cinco centímetros e de cinco a dez centímetros. Os pesquisadores chegaram à conclusão de que nos Estados do Sul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná) e no Sul do Estado de São Paulo, os níveis de fósforo já são suficientes, por conta do acúmulo de aplicações ao longo dos anos, e que portanto os agricultores destas regiões poderiam diminuir o fósforo aplicado a cada safra em mais de 50%.

— Depois de alguns anos de plantio esse fósforo se acumula no solo de modo que não é mais necessário se aplicar tanto quanto se aplicava anteriormente. Uma proposta que a Agrisus está levantando é que, em vez de se aplicar 60 ou 80 quilos de fósforo todo ano como o agricultor faz, como uma forma de garantia de que o solo estará suficientemente adubado, o melhor seria testar. Quando você já tem alto teor de fósforo no solo pode usar doses menores de 30 quilos, isso reduz bastante o custo da adubação e também preserva o fósforo para ser usado mais a longo prazo, porque o fósforo é um elemento limitado na natureza. Por isso, é importante fazer a análise de solo porque ela é a garantia do uso correto da tecnologia — explica Ondino Cleante Bataglia, pesquisador aposentado do IAC e sócio da empresa Conplant. 

Com as análises de solo, os agricultores passam a conhecer melhor a sua terra e entender qual é a necessidade dela. No Sul, muitos vão descobrir que estão desperdiçando fósforo e que podem ter uma economia significativa de dinheiro, que pode ser investido em outras melhorias de plantio. A fosfatagem, que é a aplicação de fósforo a lanço, como se faz com calcário, já foi muito usada no Cerrado brasileiro, mas é uma técnica muito cara e, às vezes, desnecessária. Com a análise de solo, o produtor pode economizar dinheiro e mão-de-obra. Bataglia explica que, na análise de solo, o fósforo é determinado por uma unidade chamada miligrama de fósforo por decímetro cúbico (mg/dc³). Acima de 40 mg/dc³ já é um teor considerado alto e, neste caso, a adubação pode ser reduzida para 30 quilos de fósforo por hectare, enquanto que em um teor baixo o produtor pode usar até 100 quilos por hectare.

"Fósforo pode ser
 aplicado em quanti-
 dade menor do que
 maioria pensa"


 Ondino Cleante Bataglia,
 do IAC

Clique aqui, ouça a íntegra da entrevista concedida com exclusividade ao Jornal Dia de Campo e saiba mais detalhes da tecnologia.
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