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Realizado a partir das observações de aptidão dos solos e risco climático, o zoneamento agroecológico nacional da cana-de-açúcar (ZAE Cana) visa orientar a expansão da cultura sem riscos à segurança alimentar. O projeto, desenvolvido em parceria entre diversas instituições vinculadas ao governo federal, responde a uma demanda do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) e do Ministério do Meio Ambiente para atender à matriz energética nacional.
Dados da Agência Internacional de Energia atestam os impactos benéficos do etanol na atmosfera. Comparado aos gases de efeito estufa emitidos pela gasolina, o etanol à base de cana-de-açúcar pode abreviar essa poluição em até 90%.
As análises climáticas ficaram a cargo da Unicamp. E os dados disponibilizados pela Embrapa Solos e empresas pares foram trabalhados cartograficamente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo Maria Zarone, pesquisadora da unidade, o cruzamento entre os resultados de potencial de uso de terras e área plantada identifica também as áreas destinadas às culturas básicas.
— Esse trabalho tem uma preocupação específica que são as restrições ambientais. As regiões da Amazônia, Pantanal e Alto Paraguai foram cortadas antes do início. Outro aspecto importante foi a questão do relevo. Foram analisadas somente as áreas com relevo acima de 12% de declividade visando uma colheita mecanizada para diminuir a utilização das queimadas — explica.
Considerado o estudo mais abrangente da agricultura brasileira, as diretrizes do ZAE Cana primam pela utilização racional dos recursos naturais. O intuito é que práticas sustentáveis de conservação da biodiversidade, como a economia de água e energia demonstradas nas recomendação de áreas para plantio com potencial natural de irrigação, norteiem o desenvolvimento da agroindústria canavieira no Brasil.
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