O conceito de preservação e conservação ambiental já é amplamente compreendido pelos agricultores familiares. As pequenas propriedades rurais produtivas, na busca de alternativas economicamente viáveis, encontram na transformação de matéria prima, uma saída socioeconômica e produzindo de forma diferenciada, com preservação e recuperação ambiental. Essa forma de produção está aliada à qualidade dos alimentos, integrada a outras atividades que envolvem produção limpa, ambientalmente correta, mantendo uma relação harmônica com a natureza.
A segurança alimentar engloba as relações entre o alimento e a saúde humana, expressa-se quando se transforma em melhoria da saúde e da qualidade de vida do ser humano. Incluir mais essa atividade nas tarefas diárias dos agricultores familiares que desenvolvem atividade agroindústrial, consolida o processo ambiental, técnico, científico e biológico.
O modelo convencional de agricultura já mostrou ser insustentável para o meio ambiente. O aumento da produção de alimentos tem conduzido não apenas a um desastre na saúde humana, mas também a enormes problemas ambientais. Dentre as inúmeras razões destaca-se o aquecimento global, aumento do uso de água, degradação do solo, desmatamento desenfreado, uso indiscriminado de agrotóxicos, poluição dos rios e de espaços ambientais.
Efetivamente nas pequenas propriedades rurais, onde a diversificação é destaque, são trabalhados diversos processos, possibilitando assim diminuir o impacto ambiental. Nessas propriedades os alimentos são produzidos de forma saudável, com segurança, qualidade e economia. Assim mantém a vitalidade nutricional necessária para uma vida saudável e ecológica.
Diante destes fatos, os agricultores familiares que possuem agroindústrias, tem o cuidado de adequar a propriedade para atender a legislação ambiental e principalmente manter a vida sobre a terra. Muitos agricultores mudaram hábitos e conceitos, economizando água, reflorestando áreas degradadas, destinando corretamente o lixo doméstico, os efluentes da agroindústria e residência, conservando o solo, produzindo alimentos mais limpos diminuindo significativamente o uso de agrotóxicos.
Essas práticas tornaram-se comuns, nas pequenas propriedades rurais da região de Cascavel, principalmente naquelas que transformam a matéria prima, em compotas, conservas, melado, açúcar mascavo, rapadura, doces, geléias, entre outros. Outras características da agroindustrialização que potencializa o desenvolvimento sustentável podem ser descritas, dentre elas.
A própria família está envolvida no processo de produção, matéria prima, transformação e comercialização. O produto da agroindústria ao mesmo tempo que adiciona valor, gera empregos, proporciona a inclusão sem discriminação de gênero. Os produtos agroindustrializados fazem parte do cardápio diário da família. Independente do processo ser artesanal ou semi industrial, os produtos apresentam qualidade e segurança. Valorização da diversidade local. Crescimento econômico enraizado socialmente e fortalecimento da desenvolvimento.sustentável.
Segundo a extensionista Eloide Mousquer do Instituto Emater – PR, implementadora do Programa de Agroindústria Famíliar, exemplos a serem seguidos são os das propriedades rurais dos agricultores Natalício Slongo e João Garlet do município de Cascavel e de Aristeu Giraldi do município de Capitão Leônidas Marques, onde melhorias significativas já foram realizadas. Nas duas primeiras propriedades com a averbação da reserva legal, uma das exigências para atender o Código Florestal, foi recuperação da mata ciliar entorno de nascentes e córregos. Na propriedade de Giraldi, além de concluir a área de reserva legal, o agricultor reutiliza a água da propriedade, recolhe a água utilizada na lavagem da matéria prima que transforma na agroindústria, para irrigação na lavoura.
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