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Frequentemente é apresentado aos produtores à necessidade de se planejar a atividade e estabelecer metas de produtividades para o médio e longo prazo.

No entanto, é também frequente que essas recomendações fiquem na subjetividade. São apresentados diversos exemplos, mas na prática, o produtor fica sem saber como aplicar em sua própria empresa. Sendo assim, vale a pena relacionar alguns critérios simples que possibilitam ao empresário chegar, por si mesmo, a um planejamento com base em indicadores.

Apenas para esclarecer, são indicadores aquelas informações que nos permitem conhecer a situação da empresa para determinadas atividades. Por exemplo, índice de natalidade, mortalidade, ganho de peso por animal, lotação por hectare, número de animais por funcionário, etc. Os indicadores nada mais são do que o controle zootécnico ou agronômico de uma empresa.

Os indicadores também podem ser econômicos ou técnicos e econômicos. Por exemplo, custo por hectare, custo de funcionários por cabeça do rebanho, ou por hectare, lucro por hectare, análise participativa dos custos de produção (gráficos modelos pizza), entre diversos outros.

Como o próprio nome diz, os indicadores servem para referência decisória. Permitem que a empresa seja analisada com base em fatos e dados para que, a partir do diagnóstico, seja traçado um plano de melhoria nos resultados.

O plano precisa ser avaliado ao longo do tempo de execução para que o empresário saiba se está, ou não, no rumo certo. É como a navegação. Define-se um destino e vai acompanhando se o trajeto ainda está na rota. Nesse caso, nada mais importante que usar os indicadores da propriedade.

Um plano de ação pode ser elaborado de uma maneira bem simples, sem muita sofisticação. Basta disciplina e algum rigor no tratamento das informações existentes na própria empresa. Em outras palavras, é preciso conhecer os índices da empresa, mesmo que superficialmente.

Feito o diagnóstico, o empresário reúne sua equipe e traça um plano objetivando três resultados básicos, no caso da pecuária de corte:

- Reduzir ao máximo o tempo para abate, o que reduz significativamente os custos fixos e indiretos de produção, além de permitir maior rotatividade do capital.
- Aumentar a capacidade de produção por área, pois quanto maior a produção por área, mais alta tende a ser rentabilidade da empresa.
- Melhorar a eficiência de reprodução das matrizes, quanto mais eficiente for a cria, menores as quantidades de fêmeas adultas a serem mantidas pela mesma produção.

Com base nestes três objetivos gerais, o empresário pode detalhar as ações usando uma metodologia bem prática. Vamos usar o exemplo da eficiência de reprodução de matrizes.

A metodologia consiste em traçar estratégias através de perguntas e ordenação das respostas.

Como melhorar a eficiência de reprodução das matrizes? Resposta: Aumentando a taxa de desmame.

Como melhorar a taxa de desmame? Resposta: Aumentando a natalidade, reduzindo o aborto e reduzindo a mortalidade.
 
Como melhorar a natalidade? Resposta: aumentando o número de fêmeas prenhes.

Como reduzir o aborto? Resposta: Através de um programa sanitário preventivo.

Como reduzir a mortalidade? Resposta: Através de um programa de manejo, nutrição e de sanidade preventiva.

Observe que as questões vão se aprofundando e ficando cada vez mais detalhadas, permitindo ao produtor chegar uma visão global de seu negócio, saindo do nível estratégico (todo) até o operacional (detalhe). No detalhe, o produtor passa a descrever e contabilizar os insumos que serão necessários para fazer o plano sanitário preventivo ou plano de manejo, conforme exemplificado anteriormente.

Nestas condições, a previsibilidade da empresa aumenta permitindo que o empresário se antecipe a percalços ou questões orçamentárias.  Através dos indicadores, é possível prever a oferta de animais para o próximo ano, identificar problemas iminentes e custos para evitá-los, além da possibilidade de adaptar o orçamento à receita esperada.

Vale ressaltar que o planejamento deve integrar todas as atividades de uma fazenda, assim como incluir o orçamento de todas as ações. Como existem inúmeras atividades acontecendo ao mesmo tempo, dentro de uma empresa rural, é possível perceber o nível de detalhe que deve ser administrado. É trabalhoso sim, mas é possível e necessário.

A empresa rural já é vulnerável a diversos riscos, desde climáticos até políticos. Por isso é fundamental que os gestores se esforcem ao máximo para reduzir ou eliminar os riscos relacionados à concepção e execução do projeto de produção.

Quanto maior o planejamento, acompanhamento e controle das atividades de rotina, melhores são as chances de sucesso no empreendimento.

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