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As mudanças climáticas observadas nesse último século em todo o planeta são fatos incontestáveis, provocam controvérsias e especulações. Os gases de efeito estufa (GEE) presentes na atmosfera são creditados como os vilões do aquecimento global, mas não fossem eles, não haveria vida possível na Terra, pois as temperaturas seriam pelo menos 30 graus mais baixas. O problema é o aumento na concentração dos mesmos. Na verdade, os principais gases na atmosfera são o Nitrogênio (N2) e o Oxigênio (O2) que, juntos, compõem cerca de 99% da atmosfera. Já os GEE -  dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), perfluorcarbonetos (PFC's) e o vapor de água estão presentes em pequenas quantidades.

Esses gases absorvem a radiação infravermelha emanada da Terra e não permitem que ela escape para o espaço, fazendo com que a Terra fique aquecida. Quanto maior a concentração de gases mais difícil fica a troca de calor com o espaço A concentração de GEE tem aumentado devido às atividades humanas tais como pelo uso de combustíveis fósseis, por queimadas, etc., mas responsabiliza-se também a agricultura e pecuária por parte importante desse aumento e a potencialização desse efeito estufa poder trazer conseqüências sérias para a vida na Terra. Daí a importância em estudar, esclarecer, registrar e por fim tomar medidas para mitigar o efeito estufa a fim de preservar a biodiversidade e qualidade de vida no nosso planeta.

Já escrevi nessa coluna sobre o valor das forrageiras para a pecuária brasileira, baseada essencialmente em mais de 100 milhões de hectares com pastagens cultivadas, e por isso com um diferencial de competitividade e segurança alimentar do nosso produto no mercado mundial. Por sermos um grande produtor e maior exportador mundial de carne bovina nos tornamos alvo de denúncias de grande poluidor mundial. Os bovinos são capazes de converter plantas em carne e leite, mas a digestão anaeróbica dessa matéria orgânica no rúmen libera metano, um gás 21 vezes mais potente em causar efeito estufa do que o CO2. Esse gás é eliminado principalmente pela boca do boi, portanto é o arroto do animal que causa poluição. Menos de 10 % do metano é eliminado pelo intestino.

A qualidade da dieta do animal tem forte influência sobre a emissão de metano e é essa uma das principais linhas de pesquisa visando mitigar a emissão de GEE. O melhoramento genético de forrageiras visando um melhor valor nutritivo, associado ao manejo adequado para acumular forragem tenra e ainda, se utilizadas com animais jovens vão reduzir significativamente a emissão de metano. Assim, quem investe em formação, recuperação e manejo usando cultivares melhoradas vai poder aumentar a capacidade de suporte da pastagem e mais animais por área se traduz em plantas mais jovens, que por sua vez são as de maior qualidade e digestibilidade fazendo com que menos metano seja liberado para atmosfera. A intensificação desse sistema de produção resulta em maior volume de peso vivo por hectare, terminando o gado mais cedo e com menor impacto ambiental. É reunir o útil com o rentável.

É importante lembrar que sempre existem vantagens e desvantagens para cada situação e o sensato é encontrar um balanço entre elas. Se por um lado é necessário alimentar uma população cada vez maior com proteínas de alto valor agregado como no caso da carne e leite, é também importante minimizar a emissão de metano e outros gases com uma agricultura mais racional e pecuária eficiente, gerando cultivares forrageiras de alto valor nutritivo e animais eficientes em transformá-las. Hoje já é possível aumentar significativamente a produtividade de uma pastagem sem ser necessário implantar novas áreas. Pastagens de melhor qualidade, seleção de animais eficientes na conversão alimentar e intensificação do sistema de produção com acabamento de animais do tipo novilho precoce, devem ser incentivadas e até premiadas com bônus por governos e sociedades conscientes. As Boas Práticas de Produção englobando os fatores produtivos, sociais e ambientais na pecuária podem minimizar as críticas e contrapor as barreiras não tarifárias ao nosso valioso produto e com isso beneficiar toda a cadeia produtiva bem como o consumidor final.
 

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PAULO SERGIO DE CARVALHO BARBOSA
28/10/2010 - 15:28
Muito interessante o assunto; as mudanþas climßticas estÒo provocando mais do que aumento das temperaturas do planeta... tem causado a mudanþa da cultura industrial dos paÝses, bem como da ind·stria cultural tambÚm. Serß que o sistema capitalista nÒo estß simplesmente fazendo do aumento natural (ou nÒo) de temperaturas do planeta num novo nicho de neg¾cios?

Revista Academias
ConfederaþÒo Brasileira de Kung-fu Shaolin
academias@ig.com.br

Rubens Gonzales
24/11/2015 - 11:46
Paulo,

Concordo com vc em seu cometário, haja vista que, tem muita gente interessada, como vc mesmo disse nesse nicho de mercado.

Vc. ja leu as matérias Luiz Carlos Baldicero Molion, que é meteorologista professor e pesquisador da Universidade Federal de Alagoas, PhD em Meteorologia e pós-doutor em Hidrologia de Florestas?
Pois bem, ele não crê nessa farsa aquecimentista dos cabeças de forno, também conhecido como de: Ecoterroristas.
Veja este link:
http://ecologia-clima-aquecimento.blogspot.com.br/p/mitos-refutados.html

sergio
23/12/2015 - 17:43
Mais de 1/3 da superfície da terra é destinada a pecuária. Mais de 35%, segundo dados da ONU. Solução correta seria uma alimentação vegana, que é mais saudável, sustentável e não provoca dor e sofrimento aos animais. Mas não, o que vimos aqui é continuar derrubando todas as florestas e biodiversidade e no lugar colocar grama. Que ambientalismo é esse? Tentar aliviar a consciência no churrasquinho de cadáveres de animais?

Luiz Fernando Aarão Marques
17/11/2016 - 19:27
Independente do conforto térmico, o manejo integrado de lavoura e pecuária, traz sempre benefícios sinergísticos com a precocidade e a eficiência de conversão alimentar do gado.

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