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A aquicultura tem merecido destaque no agronegócio mundial, especialmente no Brasil, com a criação do Ministério da Pesca e Aquicultura dando novo ar à atividade no país. Novas perspectivas vão surgindo com a intensificação da produção e especialização de profissionais dedicados à aquicultura. A atividade tem se fortalecido em todas as regiões do país e os sistemas de produção adotados variam de acordo com as condições sociais, econômicas e ambientais de cada região.

Basicamente podemos qualificar os sistemas de produção de peixes em três grupos: extensivo, semi-intensivo e intensivo.

Os sistemas extensivos são caracterizados pela baixa produção em relação à área utilizada, geralmente praticados por pequenos produtores em represas e açudes onde a densidade de estocagem é baixa e a utilização de insumos é praticamente zero. A alimentação dos animais se dá com a utilização de subprodutos agrícolas ou apenas com o alimento natural. Em grandes reservatórios também é empregado este sistema, onde parte do produto da pesca tradicional em pequena escala é proveniente do repovoamento com alevinos de espécies nativas ou introduzidas, caso das tilápias e carpas. O pescado proveniente de sistemas extensivos geralmente são destinados à subsistência e/ou ao comércio local.

O sistema mais utilizado no Brasil é o semi-intensivo, quase todas as espécies comercializadas podem ser produzidas neste sistema e é necessário certo grau de tecnificação para sua implantação e manutenção. Principalmente quanto a alimentação, afinal, a oferta de alimento natural é inversamente proporcional à densidade de estocagem que é maior que no sistema extensivo. Sendo assim a complementação da dieta com ração comercial ou preparada pelo próprio produtor é praticamente obrigatória. A construção de viveiros adequados à atividade facilitam o manejo tanto na despesca como na introdução dos animais e a adoção de práticas de manejo que seriam muito trabalhosas em um sistema extensivo, como a calagem e a alteração do nível d’água do viveiro. O controle e monitoramento das características físicas e químicas da água são ferramentas importantes para garantir a produtividade que pode chegar a até 16 toneladas por hectare ano. Outras práticas como o policultivo com outras espécies aquáticas e o consórcio com espécies terrestres (aves e suínos, por exemplo), quando bem empregadas, podem aumentar a produção e otimizar a utilização não apenas do ambiente aquático, mas da propriedade como um todo.

Quando a atividade se tecnifica ainda mais e torna possível manter altas densidades de estocagem o sistema é denominado como intensivo. Inicialmente adotado em regiões serranas para a criação de trutas, que exigem alta renovação de água e oxigenação para seu cultivo, por meio de “raceways” (viveiros geralmente em alvenaria, estreitos e com grande fluxo de água), o sistema intensivo, com o auxílio de pesquisas e a adoção de novas tecnologias, já é utilizado na criação de diversas espécies tropicais de peixes e crustáceos. Quando adotado em terra firme este sistema caracteriza-se pela utilização de viveiros com alta renovação de água, por fluxo contínuo ou recirculação, capazes de manter altas densidades de estocagem sem que prejudique o desempenho dos animais. Os sistemas de recirculação, quando construídos dentro de galpões, são conhecidos comercialmente como “fábricas de peixe” onde é possível controlar a temperatura da água, do ambiente e ainda o fotoperíodo, tal como em granjas de aves de postura, para um maior desempenho dos animais.

Mais recentemente a utilização de tanques-rede em grandes represas e reservatórios de hidrelétricas, estuários e baías no mar, expandiu as fronteiras da aquicultura nacional, aumentando a produção, uma vez que nestes sistemas é possível obter produtividades, algumas vezes, acima de 30 toneladas por hectare ano. Nos sistemas intensivos o emprego de uma ração balanceada é essencial para atender as exigências nutricionais dos peixes, uma vez que nestes ambientes não há disponibilidade de alimento natural, além das altas densidades de estocagem.

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