É comum observar a preocupação dos produtores rurais, tanto de leite como de corte, no controle de parasitos externos, principalmente os carrapatos, os bernes e as moscas-dos-chifres, reconhecidos vilões da produtividade dos rebanhos. No entanto, as moscas domésticas não lhes causam o mesmo incômodo, possivelmente por desconhecimento dos riscos que representam à saúde das pessoas e animais.
As moscas domésticas (musca domestica) são transmissoras de doenças. Habitam locais contaminados e transportam bactérias e vírus aderidos ao seu corpo, que podem infectar animais e seres humanos. Há evidências da possibilidade de transmissão de mais de 65 diferentes tipos de doenças por meio de moscas, dentre elas febre tifóide, disenteria, cólera, lepra, mastites, ceratoconjuntivite e tuberculose (Novartis, 2006).
O período de ovo a adulto varia de 7 a 35 dias, conforme a temperatura e umidade. Anos mais chuvosos ou com temperaturas amenas favorecem sua proliferação, tornando a gravidade do problema mais severa. A mosca adulta vive cerca de 30 dias, acasalando já no primeiro dia que sai da pupa, pondo cerca de 700 ovos em sua vida. Os ovos são depositados nos montes de esterco dos animais, onde se formarão as larvas e pupas.
O que se vê voando representa apenas 20% da população de moscas na fazenda. Os outros 80% estão “escondidos” como ovos, larvas e pupas nos focos de criação. Sistemas de criação intensivos produzem grandes volumes de excrementos, favorecendo a proliferação de insetos, especialmente moscas. Confinamentos, galpões de frangos, pocilgas, bezerreiras e leiterias são ambientes geradores de substrato para a multiplicação destes insetos, devendo receber atenção especial.
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"O que se vê voando
representa apenas 20% da população de moscas na fazenda"
Octaviano A. Pereira Neto
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Doenças transmitidas através das moscas
As moscas domésticas têm hábito alimentar lambedor, frequentando ambientes muito contaminados (esterqueiras, mangueiras, currais, etc...) e depois transportando germes que irão contaminar animais e alimentos. Assim, as moscas domésticas, representam desde um problema de sanidade animal a um grave risco à saúde pública.
As moscas são atraídas por secreções dos olhos, narinas, boca, umbigo dos recém nascidos, feridas abertas, gotejamento de leite pelo esfíncter dos tetos, carregando consigo uma enorme quantidade de bactérias, as quais acabam se desenvolvendo nos pontos de contato, levando a uma série de doenças, tais como as ceratoconjuntivites, mastites, onfaloflebites e infecções em geral.
Outras moscas, como a Mosca-dos-chifres (Haematobia irritans) e a Mosca-dos-estábulos (Stomoxys calcitrans L.), que têm hábito de alimentação sugador (picam animais), podem ser responsáveis pela transmissão de doenças, tais como a anemia infecciosa equina e a anaplasmose bovina. Seu hábito de vida as mantém próximas de instalações e criações, sendo menos encontradas nos domicílios. Seu controle passa por pulverização dos animais com produtos à base de organofosforados ou piretróides sintéticos, dependendo do nível de resistência aos princípios ativos que tais produtos possam já apresentar na população alvo.
Para as Moscas dos Estábulos é possível, ainda, empregar métodos de controle de larvas nos pontos de proliferação (esterqueiras, por exemplo) da mesma forma que descrita para moscas domésticas e que abordaremos mais à frente.
É possível viver sem moscas na fazenda, em níveis baixos de infestação, embora muitos produtores desconheçam as formas de controle. Para tal, deve ser adotado o manejo dos dejetos, evitando e tratando a aglomeração de esterco, que proporcionam ambiente favorável ao desenvolvimento dos ovos e larvas de moscas. A adoção de produtos larvicidas e adulticidas elimina as diferentes fases dos insetos, quebrando seu ciclo de crescimento e controlando os avanços de sua população.
Programas de controle de moscas domésticas na propriedade rural
O uso de inseticidas não seletivos, além de apresentarem maiores riscos à saúde, já apresenta falhas de eficiência. Sua aplicação nas esterqueiras ou montes de fezes, afeta a fauna natural de reciclagem do bolo fecal, como é o caso de minhocas e besouros coprófagos.
A linha Novartis Saúde Animal desenvolve há vários anos programas de controle de pragas, consagrados pelos produtores como ferramentas estratégicas ao sucesso e a garantia da sanidade do sistema de produção. Esta área, a qual denominamos Bioprotection (Bioproteção), foca no combate dos principais vetores de doenças no meio rural: as moscas domésticas e os roedores.
O controle das moscas deve focar em dois pontos estratégicos. Eliminar as moscas adultas, evitando a ovopostura; e eliminar as larvas nos pontos de proliferação, evitando novas gerações. Atuando nas “duas pontas” em pouco tempo se observa a redução da população de moscas domésticas e se obtém melhores resultados sobre o investimento.
O controle de moscas adultas com o Agita® 10WG deve ser feito por pincelamento ou pulverização nos locais de pouso das moscas, como paredes não porosas, fios e tubulações. Pincelado age por cerca de 6 a 8 semanas, dependendo das condições ambientais. Já no controle das larvas, o larvicida Neporex® 50SP impede a formação de pupas, responsáveis pelas novas gerações de moscas.
Adotando programas de controle integrados eficazes, que ajam em larvas e moscas adultas, é possível prevenir doenças e perdas produtivas, geradas pelo estresse e pela contaminação
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